Eletrobras recorre ao STF para suspender acordo coletivo e gera revolta entre trabalhadores

A Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina, tomou uma decisão polêmica ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a vigência do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que havia sido firmado com os trabalhadores. Esse acordo, previamente negociado e prorrogado até 31 de agosto de 2024, tinha sido estabelecido no Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas foi interrompido pela liminar obtida pela empresa no STF.

A ação da Eletrobras foi recebida com indignação pelos sindicatos que representam os eletricitários, especialmente o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE). Os sindicalistas acusam a empresa de atuar de forma desleal, utilizando o Judiciário para enfraquecer as negociações e pressionar os trabalhadores. Vale destacar que a própria Eletrobras havia participado ativamente das negociações no TST e aceitado a prorrogação do acordo sugerida pelo ministro Maurício Godinho, antes de subitamente recorrer ao STF.

Essa postura da empresa, que parece contradizer suas próprias ações anteriores, tem levantado questionamentos sobre a real intenção da Eletrobras em relação ao acordo com seus empregados. A situação se agrava considerando que a empresa havia promovido várias reuniões de negociação em julho e recebido uma contraproposta dos trabalhadores no início de agosto, mas optou por seguir uma via judicial que interrompeu abruptamente o processo negocial.

Os sindicatos prometem continuar a luta para reverter essa decisão no próprio STF e manter o acordo coletivo, denunciando a prática da empresa como uma tentativa de impor uma gestão baseada no medo e na intimidação, em detrimento do diálogo e da valorização dos trabalhadores.


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