Documentos revelam tentativa de censura ideológica no ENEM durante gestão anterior e INEP atual oculta informações
Uma nova polêmica envolve o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e as gestões recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP). Documentos revelados de uma reunião de 2019 da comissão do INEP indicam que o governo anterior tentou implementar censura ideológica no exame, com o objetivo de influenciar o conteúdo das provas. No entanto, o que causa ainda mais inquietação é a postura da atual administração, que tem resistido a divulgar informações completas solicitadas sobre o período, gerando questionamentos e desconfiança.
Os documentos sugerem que, durante a gestão de 2019, houve uma pressão direta sobre a equipe técnica para remover ou modificar questões consideradas “sensíveis” ou “inadequadas” ao alinhamento ideológico do governo da época. Temas como a ditadura militar, questões de gênero e sexualidade teriam sido alvos dessas tentativas de intervenção. Isso acendeu um alerta sobre a suposta manipulação do conteúdo do principal exame que afeta o ingresso de milhões de jovens no ensino superior.
Além da censura em si, outro ponto de preocupação é a atitude do INEP sob a atual gestão. Há um movimento de resistência para liberar todos os dados sobre as provas aplicadas entre 2019 e 2022, o que levanta ainda mais suspeitas sobre a extensão e profundidade das possíveis censuras nas edições do ENEM nesse período. Especialistas em educação afirmam que a transparência nesse momento é crucial para que haja confiança no exame, especialmente após um governo marcado por interferências e denúncias de aparelhamento em diversas instituições.
Grupos de defesa da educação e entidades acadêmicas já se manifestaram pedindo uma auditoria independente nas edições do ENEM durante os anos sob suspeita. Eles argumentam que a divulgação parcial de informações compromete a integridade do processo educacional e pode ter prejudicado a formação de inúmeros jovens que se preparam arduamente para o exame.
Essa situação escancara uma tensão entre as gestões recentes do INEP e revela um possível legado de censura no sistema educacional brasileiro. A falta de clareza e a ocultação de informações alimentam a desconfiança, trazendo à tona debates sobre a autonomia das instituições de ensino e a influência de governos em exames de grande relevância, como o ENEM.
Se confirmadas as suspeitas, o impacto para a credibilidade do ENEM e, consequentemente, para a educação no Brasil, pode ser devastador.