Dia Mundial Sem Tabaco: Quando regulamentado, cigarro eletrônico é 20 vezes menos nocivo à saúde

Cabezanews

No Brasil, mesmo com a proibição, 6 milhões de adultos fumantes de cigarros industrializados já experimentaram cigarro eletrônico

Na próxima quarta-feira (31/05) é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco, e muito se fala sobre as diferenças entre cigarro eletrônico e o convencional. O dispositivo eletrônico é proibido no Brasil por determinação da Anvisa desde 2009, porém, o tema segue em discussão na agência. Enquanto isso, pesquisas internacionais mostram que os cigarros eletrônicos, conhecidos popularmente como “vapes”, quando regulamentados, podem ser uma alternativa para adultos fumantes para reduzir o hábito ou mesmo parar de fumar.
 

Com base na pesquisa mais completa sobre o tema, a revisão de MAIS DE 400 pesquisas científicas conduzida pelo King’s College London e divulgada pelo Ministério de Saúde da Inglaterra em setembro de 2022, os cigarros eletrônicos são 95% menos prejudiciais do que o cigarro comum, ou 20 vezes menos nocivos.
 

O Ministério de Saúde inglês não só reconhece o cigarro eletrônico como uma alternativa de potencial risco reduzido à saúde,como incentiva o uso para a completa substituição do cigarro convencional. Com objetivo de reduzir riscos, o dispositivo deve ser uma escolha para parar de fumar completamente e tem dado certo, já que o uso dual caiu pela metade em dez anos, indo de 73,7%, em 2012, para 33,4%, em 2022, como aponta o relatório do King’s College.
 

É fundamental esclarecer que o cigarro eletrônico é um produto de risco reduzido, mas não é inócuo. “O dispositivo não é isento de riscos, por isso não é recomendado para pessoas que não fumam e nem para menores de idade. Quando regulamentado e comparado com o cigarro comum, ele é considerado uma alternativa de menor risco para adultos fumantes”, esclarece Alessandra Bastos, farmacêutica, ex-diretora da Anvisa e consultora da BAT Brasil.
 

Outro exemplo é a Suécia que reconheceu os produtos alternativos de entrega de nicotina, por exemplo os cigarros eletrônicos, como menos prejudiciais e também incentiva que fumantes migrem para os dispositivos. Com essa medida, o país está próximo de se tornar o primeiro país ‘livre do tabagismo’ da Europa, com uma taxa abaixo de 5% na incidência de fumantes adultos na população.
 

Cerca de 80 países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Nova Zelândia e membros do Reino Unido e da União Europeia, com o aval de seus órgãos de saúde, já reconhecem os cigarros eletrônicos como parte de suas políticas de controle do tabaco para diminuição do consumo de cigarro tradicional e avançaram na regulamentação. 84% dos países da OCDE já regulamentaram. De acordo com a última revisão Cochrane, divulgada no final de 2022, o cigarro eletrônico de nicotina é a opção mais eficiente para ajudar as pessoas a pararem de fumar.
 

No Brasil, o consumo quadruplicou nos últimos quatro anos
 

Os cigarros eletrônicos são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, mas essa proibição não impede o consumo no país. De acordo com o Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, tem acontecido exatamente o oposto: houve crescimento nos últimos quatro anos. Os dados, divulgados em maio de 2023, apontam que 2,2 milhões de adultos (1,4%) afirmaram ter consumido cigarros eletrônicos até 30 dias antes de responder à pesquisa. Em comparação com 2018, primeiro ano em que o levantamento foi feito, o número era de 0,3% na população adulta, com menos de 500 mil consumidores.
 

A expectativa é que a agência reguladora decida o futuro dos cigarros eletrônicos no Brasil ainda neste ano. “Há 14 anos não existiam muitas evidências científicas sobre os cigarros eletrônicos, mas atualmente existe uma infinidade de pesquisas que demonstram que esses dispositivos podem reduzir as consequências associadas ao tabagismo. A experiência internacional demonstra que a regulamentação permite o controle do consumo. Regulamentar não é liberar, é criar regras de consumo”, comenta a ex-diretora da Anvisa e consultora da BAT Brasil.
 

Para celebrar a redução de danos, a comunidade de vapers realiza o Dia Mundial do Vape, um evento anual que reúne os consumidores em todo o mundo e acontece um dia antes do Dia Mundial Sem Tabaco, justamente para mostrar que o vaping e outras ferramentas de redução de danos são formas eficientes de ajudar os fumantes a parar de fumar.


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