Dia do vestibulando: educador comenta o papel do Projeto de Vida como aliado nessa fase do estudante
Para aliviar a pressão da escolha do curso superior vivida pelos estudantes, a escola possui um papel fundamental de acolhimento e orientação, diz Gabriel Assis, professor da Camino School
Em 24 de maio, é celebrado o Dia do Vestibulando, dedicado aos estudantes que se preparam para um dos maiores desafios da vida escolar: o vestibular. A data é uma oportunidade de não apenas homenagear a dedicação dos estudantes nessa fase, mas, sobretudo, de acolher esses jovens e lembrá-los de que a escolha do curso superior não significa uma decisão determinante sobre a profissão.
É o que explica Gabriel Assis, professor de Projeto de Vida da Camino School, escola trilíngue da zona Oeste de São Paulo. “A decisão sobre o curso superior não garante a carreira das pessoas. Funciona mais como um norte do que como um fator determinante”, explica o Assis. “Eu, por exemplo, sou formado em Engenharia de Produção, trabalhei dois anos na área e não me realizei”, conta Gabriel Assis. “Então, fui trabalhar com educação, onde tive oportunidade de desenvolver grandes projetos de formação de educadores e hoje sou professor da Camino School”, comenta Assis.
Mesmo tão jovens, muitos estudantes se cobram no sentido de saber exatamente todo o percurso que vão trilhar nas carreiras. Como não se pode ter controle sobre o futuro, essa tentativa de previsão se torna muito angustiante. Nesse sentido, as escolas têm um papel fundamental no acolhimento de dúvidas, no alívio de pressão das escolhas e na orientação voltada ao autoconhecimento.
Projeto de vida
Além de ser um componente curricular do Novo Ensino Médio, o Projeto de Vida é uma das competências gerais previstas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que devem ser trabalhadas na trajetória escolar. O objetivo é ajudar os estudantes no desenvolvimento de habilidades, que no mercado de trabalho são chamadas de soft skiils, como cooperação, respeito e análise de mundo, e que ajudam diretamente na vivência com o vestibular.
Um dos temas centrais trabalhados pelo Projeto de Vida, especialmente no primeiro ano do ensino médio, é o autoconhecimento, fator que auxilia na decisão do curso superior, como conta Gabriel Assis. “Na trajetória escolar existem situações que sinalizam interesses do estudante, mas, em muitos casos, não se tem tempo nem condição de refletir a respeito”, explica o professor.
“Por isso, é necessário que as escolas percebam que, assim como é importante que o currículo dê conta de explicar o funcionamento do mundo, também é fundamental aplicar propostas para explicar o funcionamento dos estudantes, auxiliando na formação da identidade pessoal”, sugere Assis.
Nesse contexto, a escolha do curso superior prevê uma série de conhecimentos desenvolvidos no decorrer da vida escolar, que superam a familiaridade com os números ou a boa redação. “Refletir sobre quem somos é refletir, também, sobre o ser humano que queremos ser, não apenas do ponto de vista de profissão, mas também de valores”, explica o professor.
Além de ajudar os estudantes a desenvolverem autoconhecimento, as escolas precisam considerar outras competências socioemocionais, como empatia, autocontrole e habilidades de relacionamento. “A construção de uma inteligência emocional madura vai ser uma forte aliada dos estudantes no momento de preparo para o vestibular”, explica Gabriel Assis.
Prestar ou não prestar vestibular logo depois do ensino médio?
Levando em consideração o crescimento da expectativa de vida do brasileiro, escolher o curso superior aos 17 ou 18 anos pode ser considerado antecipado, mas nem todo mundo tem a possibilidade de esperar. “Algumas pessoas com condição privilegiada vivem um ano sabático após a conclusão do ensino médio para fazer intercâmbio, por exemplo, ter novas experiências e se descobrir”, comenta Assis. “Porém, a maioria dos estudantes não têm essa oportunidade e muitos já cursam o ensino médio junto ao técnico para poder garantir uma ocupação, uma atividade econômica”, pontua Assis.
Para o professor, cada experiência é singular e, portanto, não existe recomendação universal sobre a melhor idade para prestar vestibular. “Depende de uma série de fatores, como conjuntura familiar, social e econômica”, ressalta Assis. “Esse cenário reforça a relevância de uma disciplina de Projeto de Vida bem construída pelas escolas”, conclui o professor.
Camino Education – Como um ecossistema educacional que integra educadores, gestores, pais e estudantes, a Camino Education tem a missão de enriquecer a Aprendizagem para milhões de alunos, com a aspiração de transformar aulas tradicionais em experiências de aprendizagem inesquecíveis, de alta qualidade educacional e engajamento significativo dos educadores e dos alunos, por meio da Aprendizagem Ativa. A Cloe, plataforma digital completa de Aprendizagem Ativa desenvolvida pela Camino Education, a Camino School, escola de referência em São Paulo, e o Centro Camino de Aprendizagem Ativa, centro de formação de educadores, compõem esse ecossistema. A Camino Education é a primeira Edtech brasileira a compor a comunidade Global Innovators do World Economic Forum e está entre as 100 Edtechs mais inovadores da América Latina, segundo o ranking 2020 LATAM 100 Edtechs anual.