20 de maio de 2024

Deputados federais exigem investigações após governo do Paraná recolher das escolas o avesso da pele

A recente decisão do governo do Paraná de recolher das escolas o livro “O avesso da pele”, de Jeferson Tenório, gerou polêmica e motivou pedidos de investigação por parte de deputados federais.

O livro, que aborda temas como racismo e identidade, foi retirado das bibliotecas escolares após reclamações de pais e grupos conservadores. O governo alegou que o conteúdo do livro era “inapropriado” para alunos menores de idade.

No entanto, deputados da oposição criticaram a decisão, argumentando que ela fere a liberdade de expressão e o direito dos alunos ao acesso à informação. Eles também questionaram a imparcialidade do governo, uma vez que o governador Ratinho Júnior é filiado ao PSD, partido conhecido por sua postura conservadora.

O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) protocolou um requerimento na Câmara dos Deputados pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a retirada do livro das escolas. Ele afirmou que a decisão do governo “é um ato de censura e uma tentativa de impor uma visão única sobre a história e a cultura brasileira”.

Outros deputados também se manifestaram contra a medida. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que “o governo não pode decidir o que os alunos devem ou não ler. Isso é uma afronta à liberdade de pensamento e à educação”.

O caso ganhou repercussão nacional e gerou protestos de professores, estudantes e organizações de direitos humanos. A União Brasileira de Escritores (UBE) divulgou uma nota de repúdio à decisão do governo do Paraná, afirmando que “a censura é uma prática antidemocrática que inibe a livre circulação de ideias”.

A polêmica em torno do livro “O avesso da pele” evidencia a importância da liberdade de expressão e do acesso à informação na educação. É fundamental que os alunos tenham acesso a diferentes perspectivas e possam formar suas próprias opiniões sobre temas complexos como racismo e identidade. A decisão do governo do Paraná de retirar o livro das escolas é um retrocesso que deve ser investigado e revertido.