Cristãos em Gaza enfrentam risco de extinção em meio ao conflito entre Israel e Hamas
A comunidade cristã de Gaza, uma das mais antigas do mundo, está à beira de desaparecer. Com menos de 650 fiéis restantes, a pequena população cristã enfrenta um futuro sombrio diante do conflito entre Israel e o grupo Hamas, que tem devastado a região desde outubro de 2023.
Elias Najiar, um cristão nascido em Gaza, é um dos poucos que ainda permanece. Ele observa, com angústia, a rápida redução de sua comunidade. “Havia mais de mil cristãos em Gaza antes da guerra. Agora, um ano depois, restam apenas 650”, lamenta Elias. A realidade enfrentada por esses cristãos se agrava a cada dia com o aumento das baixas, as restrições e o cenário de insegurança que afeta a todos.
Desde o início das hostilidades mais intensas em outubro de 2023, pelo menos um terço dos cristãos em Gaza foi deslocado ou perdeu a vida. Muitos fogem dos incessantes bombardeios, enquanto outros não resistem à falta de medicamentos, causada pelo bloqueio rigoroso imposto na região. O número de cristãos mortos já chega a 33, vítimas não apenas de ataques diretos, mas também das condições deploráveis de saúde, agravadas pela guerra.
Essa minoria religiosa sempre foi vulnerável em Gaza, que é predominantemente muçulmana, mas o conflito recente tem acelerado seu desaparecimento. Aqueles que ainda permanecem, como Elias, temem que o Oriente Médio, berço do cristianismo, possa se tornar um deserto religioso para sua fé. Além disso, o bloqueio imposto por Israel e as restrições do Hamas tornam praticamente impossível a saída segura de quem deseja buscar refúgio fora da zona de guerra.
Em meio a essa tragédia humanitária, organizações internacionais e líderes religiosos têm feito apelos para a proteção das minorias cristãs, alertando que a perda dessa comunidade histórica representa um duro golpe para o patrimônio cultural e religioso da região.
O destino dos cristãos de Gaza, embora trágico, reflete uma tendência mais ampla de migração forçada de minorias religiosas em áreas de conflito no Oriente Médio. Se a situação atual persistir, há o receio de que a presença cristã, que já sobrevive por séculos na Terra Santa, possa ser erradicada completamente.