CORRUPÇÃO? : “proposta era de 80 mil euros em notas de 500 para fazer pênalti e ser expulso durante o jogo”. — Afirma jogador em tribunal
Lionn, ex-atleta do Rio Ave, testemunhou em tribunal nesta sexta-feira, confirmando ter sido abordado pelo agente César Boaventura com uma oferta para influenciar o resultado de um jogo contra o Benfica. Esta revelação marca o terceiro caso de um jogador admitindo ter recebido propostas semelhantes, seguindo as declarações anteriores de Cássio e Marcelo. Estes dois ex-jogadores do Rio Ave já haviam testemunhado sobre ofertas recebidas para favorecer o Benfica num confronto de abril de 2016.
Durante o julgamento, que também envolveu Cássio e Marcelo, Lionn detalhou a proposta recebida: “Fui instruído a deixar o meu celular no carro e conversar fora dele. A oferta era de 80 mil euros, em notas de 500, para cometer um pênalti e ser expulso durante a partida”. Posteriormente, ao recusar a proposta inicial, Lionn afirmou que o valor oferecido aumentou para 100 mil euros, além da possibilidade de transferência para um clube espanhol.
No entanto, Lionn não esclareceu, ao contrário de um depoimento anterior em 2018, se tinha conhecimento de que o dinheiro viria supostamente do então presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
O julgamento também incluiu um pedido do advogado de Boaventura, Carlos Melo Alves, para suspender o processo devido a outro caso em andamento que poderia afetar a sentença. Este pedido foi negado pelos juízes, assim como a solicitação de depoimentos do atual presidente do Famalicão, Miguel Ribeiro, e do ex-dirigente António Campos.
César Boaventura enfrenta acusações do Ministério Público por três crimes de corrupção ativa e um de tentativa de corrupção ativa. Ele é acusado de tentar influenciar os resultados de jogos entre o Benfica e outros clubes, incluindo o Rio Ave e o Marítimo, em partidas realizadas em abril e maio de 2016.