Contação de história sobre a Lenda das Cataratas marca o Dia do Folclore
60 alunos do Projeto “Um Chute para o Futuro” participaram da atividade que trouxe a história da Lenda das Cataratas para representar a importância da data.
O Dia do Folclore, celebrado em 22 de agosto, recebeu uma programação especial no Parque Tecnológico Itaipu – Brasil (PTI). Mais de 60 crianças do Projeto “Um Chute para o Futuro”, tiveram a oportunidade de desbravar os corredores da Biblioteca Paulo Freire do PTI e de participarem de uma contação de história sobre a Lenda das Cataratas, que tem como protagonistas a Naipi e o Tarobá, dois indígenas do povo Kaingang.
A experiência, promovida por meio da área de Educação, trouxe a lenda de forma lúdica e cativante, com o uso de fantoches. Para colocarem a imaginação e a criatividade em ação, os alunos foram convidados a conhecerem e a utilizarem o LabMaker Iguaçu, um espaço de aprendizagem prática e de criação por meio da cultura maker. Com lápis de cor, canetinha e giz de cera, as crianças, uniram educação e arte, para apresentar a Lenda das Cataratas com desenhos.
A iniciativa, que ocorreu em dois momentos e contemplou duas turmas, uma na parte da manhã e outra à tarde, buscou representar a riqueza cultural de nossos povos originários, a importância do Dia do Folclore e principalmente o papel dos livros para a memória cultural. “O povo indígena Kaingang, assim como os Guarani, têm suas origens nesta região trinacional (Brasil, Paraguai e Argentina), e a história de Naipi e Tarobá é um testemunho da espiritualidade indígena que permeia toda a sua cultura”, contou a analista educacional do PTI, Camila Lazzarini.
Segundo a assistente educacional do PTI, Edna Fernandes Magalhães, por meio da narrativa da Lenda das Cataratas, buscou-se contextualizar o significado do Dia do Folclore e, ao mesmo tempo, desconstruir estigmas frequentemente associados aos povos indígenas e às suas ricas culturas. “A atividade também apresentou informações sobre a cultura Kaingang, como os grafismos – pinturas – corporais que constituem uma característica distintiva desse povo”, explicou.
Conhecimento e criatividade
A monitora do Projeto “Um Chute para o Futuro”, Michele Ribeiro, acompanhou a atividade juntamente com os alunos e destacou a importância da iniciativa. “É um dia de conhecimento para eles, que proporcionou conhecimento da biblioteca, da inovação que o PTI vem fazendo e além de tudo, incentivou a criatividade com a contação de história. A atividade fez eles pensarem e colocarem no papel”, afirmou. “Um dia diferente que eles vão levar para a vida”, disse Michele.
Segundo a aluna Carolaine Morais, 10 anos, o mais interessante foi visitar e ouvir a lenda na biblioteca. “Um espaço bem legal para refletir. Já com a história, foi legal conhecer a nossa cultura”, avaliou. “Desenhar é o meu passatempo”, complementou a estudante.
A bibliotecária, Luciana Nahuz e o auxiliar da biblioteca, Dionísio, acreditam que essa ação que a Biblioteca Paulo Freire do PTI norteou é extremamente importante para que “os jovens, que são o futuro, se sintam estimulados a sonhar em estarem um dia por aqui, como alunos ou colaboradores. A conhecerem o papel fundamental que a biblioteca exerce na disseminação do conhecimento, bem como nas inúmeras oportunidades que possam vir a ter”, afirmaram.
Sobre o Dia do Folclore
A palavra “folclore” tem origem no inglês, sendo derivada da expressão “folklore”, que pode ser traduzida como “sabedoria popular”. Essa palavra é formada a partir da combinação de “folk” (povo) e “lore” (sabedoria). O folclore é composto por um conjunto de tradições e expressões populares, como lendas, mitos, provérbios, danças e costumes, que são passados de geração em geração por meio da oralidade.
Resumo da Lenda das Cataratas
A Lenda das Cataratas conta a história de amor entre Naipi e o Tarobá, indigenas do povo Kaingang, que residiam nas margens do Rio Iguaçu. De acordo com a lenda, eles tinham uma crença de que a região era protegida por Mboi — um deus em forma de serpente e filho de Tupã. Por conta da sua beleza, Naipi, a filha do cacique Igobi, estava destinada a ser consagrada e sacrificada em honra ao deus Mboi.
No entanto, entre os Kaingang, havia um jovem guerreiro chamado Tarobá, que se apaixonou perdidamente por Naipi. No dia da cerimônia de consagração da Naipi, Tarobá tomou coragem e escapou com Naipi em uma canoa que foi levada pela correnteza rio abaixo. Segundo a lenda, a notícia da fuga de Naipi e Tarobá chegou aos ouvidos de Mboi, que ficou extremamente furioso e penetrou as profundezas da terra, torcendo seu corpo e causando uma gigantesca rachadura que deu origem às cataratas.
Naipi e Tarobá, junto com a canoa, caíram das alturas da imensa cachoeira e desapareceram para sempre nas águas. Diz a lenda que, Naipi foi transformada em uma das rochas centrais das cataratas e Tarobá, por sua vez, virou uma palmeira à beira do abismo, inclinada sobre a garganta do rio. Sob essa palmeira encontra-se a entrada de uma gruta onde Mboi permanece enternamente vigilante a esse amor e a seguridade da região.