Congresso da Colômbia investiga recursos do narcotráfico em campanha de Petro
Uma comissão da Câmara Baixa do Congresso da Colômbia anunciou, nesta quarta-feira (13), uma investigação sobre a possível entrada de dinheiro do narcotráfico na campanha do presidente Gustavo Petro, com base em acusações da ex-mulher de um dos seus filhos.
“A Comissão de Investigação e Acusação da Câmara dos Representantes ordenou a abertura de uma investigação prévia contra o senhor presidente da república”, diz o comunicado divulgado pela única entidade com poderes para destituir o presidente da Colômbia.
Primeiro passo para um eventual julgamento político de Gustavo Petro, a decisão foi tomada após a avaliação de provas do Ministério Público (MP) no processo por lavagem de dinheiro conduzido contra Nicolás Petro, filho do presidente, que participou da sua campanha presidencial na região Caribe, detalha o comunicado.
Após a investigação, os 18 membros da comissão – em que o governismo é minoria – decidirão se há mérito para acusar o presidente perante a Câmara dos Representantes e iniciar um julgamento político, em que o Senado terá a última palavra sobre a permanência de Petro no cargo. O presidente, de esquerda, não conta com a maioria em nenhuma das câmaras, embora tenha mais apoio entre os deputados.
A acusação contra o filho de Petro surgiu do depoimento de sua ex-mulher Daysuris Vásquez, que o acusou de receber grandes quantias em dinheiro de Samuel Santander Lopesierra, condenado por tráfico de drogas nos Estados Unidos. Segundo o MP, parte do dinheiro destinou-se à campanha presidencial de 2022 e o restante foi usado por Nicolás Petro para desfrutar de uma vida de luxo na cidade de Barranquilla (norte).
Inicialmente, o filho do presidente se disse aberto a colaborar com o órgão investigador, mas, após mudar de advogado, negou as acusações e irá se defender em juízo. Ele disse que seu pai não sabia dos aportes de Lopesierra na campanha.
Nenhum presidente da Colômbia foi destituído pelo Congresso. Dezenas de políticos foram condenados por sua ligação com carteis das drogas no país que mais produz cocaína no mundo.
Crédito: Frederic J. BROWN