Cintas compressivas pós-cirúrgicas podem causar danos à saúde, aponta estudo

Entre os principais riscos, a cinta reduz o fluxo sanguíneo na veia femoral, podendo causar trombose

A indicação do uso de cintas compressivas no período pós-operatório, principalmente em cirurgias plásticas como abdominoplastia e lipoaspiração, parece ser um consenso. Entretanto, seus malefícios foram comprovados em um estudo recente (julho, 2023) publicado na Aesthetic Surgery Journal pela Oxford University Press, um dos mais relevantes periódicos de cirurgia plástica do mundo. O artigo, produzido exclusivamente por médicos brasileiros, aponta a cinta compressiva como um risco para a função respiratória após a abdominoplastia.

De acordo com Fábio Nahas, cirurgião plástico especialista em abdominoplastia, um dos autores do estudo, foi observada uma maior incidência de complicações entre a amostra de pacientes que fizeram uso das cintas compressivas após a cirurgia plástica de abdômen. “Estas complicações estão relacionadas, sobretudo, ao aumento da pressão intra-abdominal e à redução do fluxo sanguíneo da veia femoral, o que pode facilitar eventos tromboembólicos”, aponta o médico.

Se houver interesse no assunto, podemos marcar um bate-papo com o Nahas, que pode explicar melhor sobre o estudo e como funciona na prática, no dia a dia com os pacientes, e como pode refutar o argumento a seguir, muito defendido pelos cirurgiões plásticos: A cinta compressiva controla o edema e evita que líquidos se acumulem na região tratada, acelerando assim o processo de recuperação. Para completar, ela diminui a ocorrência de incômodos, já que resguarda a região.
 

Sobre Fábio Nahas

Com mais de 30 anos de carreira, Dr. Fábio Nahas é um dos cirurgiões plásticos mais renomados do país. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, também foi vice-presidente da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Estética) e é especializado em Cirurgia Plástica e Restauradora. Sua principal frente de atualmente é a cirurgia plástica reconstrutora da parede abdominal e abdominoplastia, sendo considerado um dos iniciadores da lipoaspiração de definição no país.

Fábio Nahas é formado em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia geral e em cirurgia plástica pela USP. Realizou “fellowship” em cirurgia plástica na Universidade do Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, tem doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e é Livre-Docente pela Unifesp. Atualmente, se divide entre a clínica particular, na região da Avenida Brasil, em São Paulo, e a vida acadêmica. É Professor Orientador de Teses de Mestrado e Doutorado e Professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp).

O cirurgião conta com diversas contribuições científicas, com mais de 400 publicações, artigos e estudos na área de atuação. Nahas tem cinco livros publicados e realizou conferências e cirurgias em 33 países, em universidades como New York University, Universidade de Pittsburgh, Universidade da Califórnia em São Francisco, Clínica Mayo, Universidade de Toronto, entre outras.


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