CBIC projeta crescimento do mercado imobiliário neste ano
O mercado imobiliário encerrou 2023 com retração de 10,9% em lançamentos na comparação com 2022. É o que aponta a Comissão da Indústria Imobiliária (CII), da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). No entanto, o último trimestre do ano encerrou com alta de 20,7% em relação aos três meses anteriores, com o lançamento de 85.470 imóveis, o que mostra reação, embora o setor tenha chegado a lançar 109.181 imóveis no mesmo período de 2021.
As informações fazem parte da pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do quarto trimestre de 2023, divulgada pela CBIC nesta segunda-feira (26) em coletiva de imprensa on-line. O estudo foi realizado em 220 cidades, incluindo todas as capitais e as principais regiões metropolitanas do país. Participaram da análise dos dados durante coletiva de imprensa o presidente da CBIC, Renato Correia; o vice-presidente da Indústria Imobiliária da CBIC e presidente do Secovi-SP, Ely Wertheim; o economista do Secovi-SP, Celso Petrucci; e o sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo.
Para Correia, o mercado está em estabilidade, com tendência de crescimento. A entidade projeta crescimento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) entre 5% e 10%, e do mercado para todos os tipos de imóveis de até 5% neste ano. “Os indicadores de taxa de juros, inflação e emprego são importantes para o mercado imobiliário. Os juros estão no processo de queda, a inflação mais controlada e o emprego vem apresentando bons números. Com esses pontos pacificados, o setor consegue manter o ritmo de crescimento e agora o cenário tende a ser mais favorável”, disse.
As vendas apresentaram estabilidade e registraram queda de 3,2% no quarto trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2022 as vendas tiveram alta de 1,7%. De acordo com o presidente da CBIC, há demanda para os imóveis lançados. Mostra disso é que as vendas estão superiores aos lançamentos, o estoque registrou queda de 11% em 2023 em relação ao ano anterior. Houve redução de mais de 35 mil unidades no quarto trimestre de 2023 em relação ao quarto trimestre de 2022. Mantendo a média de vendas dos últimos 12 meses, a oferta final se esgotaria em 11 meses se não houver lançamentos.
Ainda conforme o levantamento, com os avanços promovidos no MCMV no segundo semestre, o mercado começou a responder. Os lançamentos aumentaram 26,5% no quarto trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior e as vendas subiram 4,2% no período. Cerca de 48% das unidades lançadas no quarto trimestre de 2023 foram do programa habitacional. Já as vendas do MCMV representaram 39% do total no período.
Outro ponto destacado foi a valorização patrimonial. No quarto trimestre o valor geral de vendas (VGV) chegou a R$ 49 bilhões, número 21,9% maior que o registrado no mesmo período de 2022, de R$ 40 bi.