Casa 97 realiza exposição com obras de artistas africanos

Pinturas ficam à venda até 23/12 e a renda será destinada ao projeto Diamantes de Dálida, que alimenta crianças na aldeia de Namacata, em Moçambique

A Casa 97 abriu as portas para uma causa nobre: alimentar 700 crianças da aldeia de Namacata, na região da Zambésia, em Moçambique. Até o dia 23 de dezembro, clientes e visitantes poderão adquirir qualquer uma das obras expostas no local.

As pinturas de artistas africanos foram disponibilizadas pela Associação Diamantes de Dálida e a renda obtida com a venda das telas “voltará” para Moçambique em forma de comida.

Criada em maio deste ano, a associação joinvilense atua no combate à fome em uma região de extrema vulnerabilidade. Todas as ações – incluindo a venda do artesanato feito por 15 voluntárias – são pensadas para dar suporte à missionária Dálida Ruiz, que atua na linha de frente e, atualmente, mora na África.

As telas em exposição e venda na Casa 97 são batiques, um tipo de arte bastante popular em Moçambique. Os artistas utilizam cera de abelha, de carnaúba ou de soja para cobrir partes de tecidos de algodão, seda ou linho.

Com a técnica, eles controlam o tingimento das telas. Tudo é feito de forma artesanal. A maioria das pinturas retrata os animais da savana africana e o cotidiano das comunidades. Os batiqueiros não só preservam a herança cultural africana como repassam a técnica aos mais jovens, ocupando-os e integrando-os à sociedade.

Considerado um instrumento cultural, os batiques foram declarados patrimônio imaterial da humanidade em 2009 e, agora, podem ser apreciados em Joinville, por meio da parceria entre a Casa 97 e a Associação Diamantes de Dálida.

Duas refeições semanais, apenas

Além das telas à venda, a Casa 97 e a Associação Diamantes de Dálida realizam o leilão de uma das obras em exposição. Os lances podem ser ofertados até 23 de dezembro, em envelopes lacrados.

No dia 24/12, a associação entrará em contanto com o vencedor. Para participar, basta visitar a Casa 97 (rua Arco-íris, 97, bairro Iririú) de terça-feira a sábado, das 19h à meia-noite, e fazer o lance.

A presidente da Associação Diamantes de Dálida, Silvana Quézia, diz que, atualmente, as crianças da aldeia recebem duas refeições semanais: um prato de arroz e feijão aos sábados e papa de farinha branca adoçada às quartas-feiras. A meta das voluntárias é fornecer, no mínimo, uma refeição diária e melhores condições de higiene e saúde.

“Quem visitar a Casa 97 para conhecer os batiques também poderá ajudar o nosso projeto de outras formas. As bonecas feitas em capulana, um tecido tipicamente africano, decoram a árvore de Natal montada no local. Essas bonecas também estão à venda”, informa.

Todo o valor arrecadado com o projeto “Árvore de Esperança: Alimentando Sonhos em Namacata” será destinado ao trabalho da missionária Dálida Ruiz. Cada boneca garante um prato de comida para 3 ou 4 crianças da aldeia.

Além das bonecas e dos batiques, a Associação Diamantes de Dálida produz e comercializa chaveiros, marca-páginas, panos de pratos, canetas e lápis estilizados. Todos os itens da grife são comercializados pelo Instagram @diamantes_de_dalida ou no Closet da Betinha Brechó (rua Lages, 598, sala 4, fundos).

“Toda ajuda é bem-vinda porque a fome não espera. A fome dói e temos pressa em garantir que mais recursos cheguem à aldeia”, diz a vice-presidente da associação, Amarilda Nass.


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