Brasil sobe dez posições em ranking mundial de liberdade de imprensa: avanço ou retórica política?
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) celebrou a ascensão do Brasil no ranking global de liberdade de imprensa, conforme divulgado pelos Repórteres Sem Fronteiras na sexta-feira (3). O país galgou 10 posições, um feito que a parlamentar atribuiu à mudança de governo.
“Depois de quatros anos de um governo que defendia a censura e a ditadura, ameaçava a liberdade de expressão e vivia de bravatas, finalmente o Brasil ganhou 10 posições no ranking global de liberdade de imprensa, segundo o Repórteres Sem Fronteiras. Bastou um ano de Lula para melhorarmos a relação entre jornalistas e Executivo. E vai melhorar ainda mais, pois somos os verdadeiros defensores da democracia e da Constituição”, declarou a deputada em suas redes sociais.
A afirmação de Hoffmann suscita questionamentos sobre a realidade por trás dos números. Enquanto alguns aplaudem o avanço, outros levantam dúvidas sobre a legitimidade desse progresso, destacando a necessidade de um exame mais aprofundado da situação da liberdade de imprensa no Brasil.
Ainda que o país tenha conquistado posições, persistem preocupações quanto à interferência política nas instituições jornalísticas e à disseminação de desinformação. Além disso, eventos recentes, como ataques verbais contra jornalistas e tentativas de cerceamento da liberdade de expressão em determinados veículos, alimentam debates acalorados sobre o verdadeiro estado da democracia brasileira.
Diante disso, a comemoração de Hoffmann é vista por alguns como uma estratégia política, enquanto outros acreditam que representa um genuíno avanço na proteção dos direitos fundamentais. A discussão permanece em aberto, exigindo uma análise minuciosa das nuances políticas e sociais que permeiam a liberdade de imprensa no país.