Brasil alcança 2ª posição entre maiores exportadores de filé de tilápia para os EUA com fim de exigência de certificado sanitário

A piscicultura brasileira deu mais um grande passo em 2024 com a conquista da segunda posição entre os maiores exportadores de filé fresco de tilápia para os Estados Unidos. Essa ascensão é um reflexo direto do crescimento acelerado do setor, consolidado por um aumento explosivo nas vendas internacionais. Entre janeiro e setembro deste ano, o Brasil exportou impressionantes 3.116 toneladas de filé de tilápia, representando 24% do mercado americano, que é o maior consumidor global do produto.

Um fator decisivo para essa expansão foi o anúncio recente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), sobre o fim da exigência de certificado sanitário para a entrada do filé brasileiro nos Estados Unidos. Essa barreira, que por anos representou um entrave para os exportadores, foi eliminada, o que contribuiu diretamente para o aumento da competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano.

A retirada da obrigatoriedade do certificado sanitário é vista como uma vitória estratégica para os piscicultores brasileiros. “Isso vai nos permitir ampliar ainda mais nossa presença em um mercado extremamente exigente e aumentar nossa participação na economia global de proteínas aquáticas”, destacou um representante da Peixe BR.

O desempenho extraordinário do Brasil nos últimos cinco anos, que viu suas exportações de tilápia crescerem 440%, foi impulsionado por um forte movimento de modernização e profissionalização da piscicultura no país. Grandes players do setor têm investido em tecnologia e em melhores práticas de produção, o que tem elevado a qualidade do produto e ampliado a capacidade de exportação.

Para especialistas do setor, a liberação do certificado sanitário marca um novo capítulo na competitividade da tilápia brasileira, que agora pode enfrentar de igual para igual outros grandes exportadores, como Honduras e Indonésia, tradicionalmente fortes no mercado americano.

Por outro lado, a retirada do certificado também levanta debates sobre os padrões de qualidade e segurança alimentar. Críticos da medida temem que a flexibilização dos controles sanitários possa abrir brechas para irregularidades na produção, o que pode colocar em risco a confiança dos consumidores e a reputação do produto brasileiro.

Com o mercado americano em plena expansão e a demanda por tilápia crescendo devido a uma maior procura por proteínas saudáveis, a expectativa é de que o Brasil continue a fortalecer sua posição. “O crescimento é sustentável, e o Brasil está preparado para se consolidar como o maior exportador mundial de filé de tilápia nos próximos anos”, previu um analista do setor.

Essa evolução coloca o país em uma posição de destaque na aquicultura mundial, mas também reforça a importância de manter um equilíbrio entre expansão e qualidade. Para o consumidor final nos Estados Unidos, a tilápia brasileira chega com a promessa de um produto competitivo e acessível, mas a indústria deverá manter seu compromisso com os altos padrões para garantir a longevidade desse sucesso.


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