Braga Netto é investigado pela PF por suspeita de financiar tentativa de golpe
O ex-ministro da Defesa, Braga Netto, entrou na mira da Polícia Federal (PF) por suspeita de bancar uma tentativa de golpe de Estado. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso a trechos de uma conversa interceptada pela PF com autorização judicial.
Na conversa, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, oferece ao major Rafael Martins de Oliveira cerca de R$ 100 mil para o pagamento de um grupo tático militar, os chamados “kids pretos”.
Segundo a PF, a conversa sugere que o dinheiro seria usado para financiar uma ação violenta com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação apura se Braga Netto teve conhecimento ou participação no suposto plano.
O ex-ministro negou as acusações e afirmou que nunca teve contato com os militares citados na conversa. No entanto, a PF encontrou indícios de que Braga Netto pode ter se reunido com o tenente-coronel Cid no dia 9 de janeiro, véspera dos atos golpistas em Brasília.
A investigação da PF é mais um capítulo na crise política que se instalou no Brasil após as eleições presidenciais de 2022. O ex-presidente Bolsonaro e seus aliados têm sido acusados de incitar a violência e tentar subverter a ordem democrática.
A suspeita de envolvimento de Braga Netto em uma tentativa de golpe é um fato grave que levanta questionamentos sobre o papel das Forças Armadas na política brasileira. A investigação da PF deve esclarecer as circunstâncias do caso e responsabilizar os envolvidos, caso sejam comprovadas as acusações.