Bolsa Família melhora a vida de milhões de brasileiros há 20 anos
Conheça histórias de pessoas que tiveram seus caminhos transformados pelo maior programa de transferência de renda do mundo
Na sexta-feira, 20 de outubro, o Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do mundo, completa 20 anos. Além de garantir renda, o programa integra políticas públicas, facilitando o acesso das famílias a direitos básicos como saúde, educação e moradia. Com o auxílio, além de ter segurança alimentar, muitos beneficiários do programa conseguem se formar, obter um emprego e uma casa digna.
Conheça algumas histórias de beneficiários do Bolsa Família que tiveram suas vidas transformadas:
A moradora da capital do Rio de Janeiro Danda Rosa encontrou no Bolsa Família um suporte para enfrentar as adversidades e construir um futuro melhor. “Eu passei a utilizá-lo depois que eu fiquei separada, não tinha emprego. E ele sempre contribuiu muito para a segurança alimentar dos meus filhos. Quando eu comecei a trabalhar, realmente deu um suporte, mas depois disso eu consegui caminhar sem ele. Tanto é que depois eu fui fazer uma faculdade e, hoje, eu sou assistente social”, contou.
A beneficiária Luana da Silva Santos, de Lauro de Freitas, na Bahia, viu a situação da sua família de 14 pessoas se agravar com o desemprego e exalta o papel do programa de melhorar a vida de todos. “Eu acho que o pior dia da sua vida é quando você não pode levar alimento para sua família. E, hoje, eu posso contar com o Bolsa Família”.
Além de usar os recursos do programa para uma boa alimentação, Luciana Santos, mãe solo de três, utiliza parte do benefício para realizar obras em sua casa, que é o seu orgulho. “A importância do Bolsa Família é em relação a estar com as crianças na escola, a vacinação em dia. Quando o auxílio chegou, eu podia ter condições melhores, porque só com o meu trabalho se tornava algo muito difícil”, disse.
A ex-beneficiária do programa Raquel Lima Clemente, do Espírito Santo, participou da celebração dos 20 anos do Bolsa Família, realizada nesta sexta-feira (20), no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. “O Bolsa Família entrou na minha vida quando eu tinha meus três filhos mais novos e marido desempregado. Tinha todo um problema financeiro”, lembrou.
Raquel não quis que os filhos trabalhassem cedo, como ela fez, para que eles pudessem se dedicar aos estudos. “Eu fui contemplada com o Bolsa Família. Não precisei pegar o tempo deles e colocar para trabalhar. Eles poderiam ser crianças, brincar na rua. Poderiam estudar para prova. Eles não precisavam trabalhar para me ajudar, porque eu tinha o Bolsa Família me dando esse suporte”, afirmou.
ECONOMIA — O Bolsa Família também impulsiona a economia dos municípios. Segundo um estudo conduzido pelo Banco Mundial, nos lugares onde o programa se expandiu de forma mais consolidada, houve aumento maior do consumo, dos empregos, do número de contas bancárias e da arrecadação de impostos.
O vendedor Israel da Silva, de Salvador, Bahia, então desempregado, usou os recursos do Bolsa Família para comprar mercadorias e vendê-las a outros beneficiários do programa. Atualmente, ele não recebe mais o benefício, pois já consegue se manter com seu trabalho autônomo e ajudar seu filho.
O protagonismo feminino é um dos traços do Bolsa Família. No programa, a ampla maioria dos lares tem uma mulher como responsável pela família. A professora e mãe solo Renata Silva começou a receber o Bolsa Família quando sua filha Gabriela Tiburcio tinha 5 anos e elas não tinham acesso a itens básicos de alimentação. Hoje, Gabriela, que trabalha como operadora de telemarketing, lembra com emoção de quando elas foram ao mercado fazer compras após receber o primeiro pagamento do Bolsa Família.
“Quando você não tem o básico, que é uma casa, um trabalho, uma renda, uma comida, fica sem dignidade nenhuma. E quando o governo faz uma política pública voltada para trazer esse projeto para a gente, ele está trazendo a dignidade para a sociedade. Isso é muito importante”, afirmou Renata Silva.
EDUCAÇÃO — Gabriella Melo, educadora social do Rio de Janeiro, é outro exemplo de vida transformada pelo Bolsa Família. “Hoje, eu estou formada, faço pós-graduação e estou lidando com outras crianças que participam do programa e eu sei a importância que esse programa tem na vida dessas crianças, que às vezes eles dizem assim: ‘tia, estou sem nada em casa’. Mas a gente sabe que o mês vai virar e que virá um dinheiro a mais para poder alimentar essas crianças”.
Mais de 64% das crianças e dos adolescentes que recebiam o Bolsa Família em 2005 deixaram o Cadastro Único até 2019. Em 2005, 11,6 milhões de beneficiários tinham entre sete e 16 anos. Já em 2019, apenas 2,37 milhões daquelas crianças e adolescentes, na época com idades entre 21 e 30 anos, permaneciam no programa, enquanto cerca de 7,45 milhões tinham deixado o Cadastro Único. Os dados são de estudo do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS).
REPAGINADO — Neste mês de outubro, o Bolsa Família atende 21,45 milhões de famílias por meio de um investimento de R$ 14,67 bilhões. Entre março e outubro deste ano, 2,39 milhões de famílias foram encontradas pela busca ativa e passaram a receber o benefício.
Com as recentes mudanças implementadas pelo Governo Federal, cada beneficiário recebe o mínimo de R$ 600 e há uma série de repasses extras, como o Benefício Primeira Infância e o Benefício Variável Familiar Nutriz. Com isso, 19,7 milhões (92%) das famílias atendidas estão protegidas da linha de pobreza de R$ 218 per capita. É o melhor percentual já registrado na história do Bolsa Família.
O programa foi um dos responsáveis por tirar o Brasil do Mapa da Fome, em 2014. Com o relançamento do Bolsa Família neste ano, o Governo Federal potencializou o programa para que ele ajude a tirar o país do Mapa da Fome mais uma vez.
Crédito da foto Foto: Yako Guerra/ MDS: