B20 propõe ações sobre conectividade, cibersegurança e uso ético da inteligência artificial ao G20

As recomendações do B20, o grupo empresarial que assessora o G20, reforçam a importância de garantir a segurança de dados, a inclusão digital e o uso responsável da Inteligência Artificial (IA), ressaltando o impacto transformador que a tecnologia pode ter na economia global. A força-tarefa de Transformação Digital do B20 apresentou um conjunto de propostas que visam preparar os países do G20 para os desafios da era digital, com foco em cibersegurança, expansão da conectividade e uso ético da IA.

Um dos pontos mais destacados foi o potencial da IA de impulsionar o PIB global em até 7% nos próximos dez anos, segundo um estudo do Goldman Sachs. Esse aumento seria possível graças à automação de processos, inovação em diferentes setores e a otimização das cadeias de produção. Contudo, o relatório também evidencia uma preocupação crucial: a desigualdade no acesso à tecnologia. Atualmente, cerca de 2,9 bilhões de pessoas, ou aproximadamente um terço da população mundial, ainda estão desconectadas, sem acesso às ferramentas e serviços digitais que moldam a economia moderna.

A conectividade global é um dos pilares centrais para a transformação digital. No relatório, o B20 aponta que dos 5 bilhões de pessoas que têm acesso à internet, cerca de 4 bilhões dependem de dispositivos móveis para se conectarem, o que acentua a importância de expandir as redes de internet móvel, especialmente em regiões remotas e em desenvolvimento. A proposta busca garantir que a revolução digital seja inclusiva, para que a tecnologia emergente não aprofunde as desigualdades já existentes.

Outra questão crítica discutida é a cibersegurança, que se tornou um tema urgente à medida que o mundo se digitaliza. O B20 enfatiza que governos e empresas devem trabalhar juntos para criar uma infraestrutura digital resiliente, capaz de proteger dados sensíveis de ataques cibernéticos e vazamentos. À medida que a IA e outras tecnologias avançam, as ameaças de invasões cibernéticas também aumentam, tornando a criação de políticas de segurança robustas uma necessidade imperativa.

Além disso, o uso responsável da IA foi amplamente debatido. O B20 alerta para os desafios éticos e legais que envolvem a tecnologia, como o viés algorítmico, a privacidade dos dados e o impacto no mercado de trabalho. Para garantir que os benefícios da IA sejam distribuídos de maneira justa, o grupo empresarial propôs que o G20 adote diretrizes internacionais que regulem o desenvolvimento e a aplicação da IA, garantindo que a tecnologia seja usada de forma ética e transparente.

Com o avanço acelerado da IA, há uma corrida para equilibrar o potencial econômico e os riscos sociais. A promessa de crescimento global está acompanhada de desafios significativos, especialmente quando se trata de evitar que as nações mais pobres fiquem para trás. Neste contexto, o B20 reforça que a colaboração entre países, setor privado e instituições globais será fundamental para garantir que a transformação digital beneficie a todos.

As recomendações do B20 colocam a transformação digital e a segurança cibernética no topo da agenda do G20, numa tentativa de preparar o mundo para uma revolução tecnológica sem precedentes, onde o uso da IA e a conectividade universal poderão redefinir o futuro da economia e das sociedades.