Beth Gomes, da classe F53, e Ana Cláudia da Silva, da T42 (para atletas com deficiência nos membros inferiores) bateram as antigas marcas no lançamento de dardo e salto em distância durante o último dia da competição que reuniu 324 inscritos neste final de semana, no CT Paralímpico, em São Paulo. No sábado, Jerusa Geber, da classe T11 (cegas), quebrou o recorde mundial dos 100m
A paulista Beth Gomes, da classe F53 (para cadeirantes) e a pernambucana Ana Cláudia da Silva (T42) quebraram os recordes mundiais nas provas do lançamento de dardo e salto em distância, respectivamente, neste domingo, 26, no último dia de disputas do Circuito Loterias Caixa de atletismo, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. No sábado, 25, a velocista acreana Jerusa Geber, 40, da classe T11 (cegas), quebrou o recorde mundial dos 100m ao completar a distância em 11s83.
Atual recordista mundial no arremesso de peso e no lançamento de disco, este último pela classe F52, Beth Gomes registrou o novo índice internacional no lançamento de dardo F53 ao atingir a distância de 13,69m. A antiga marca era da ucraniana Lana Lebiedieva, com 11,89m, alcançados durante os Jogos de Tóquio em 2021.
A atleta de Santos (SP), 58, diagnosticada com esclerose múltipla na década de 90, afirmou que o novo recorde mundial deve dar mais motivação a buscar outras medalhas em Jogos Paralímpicos além da prova de disco, em que é medalhista de ouro no Mundial de Dubai 2019, nos Parapans de Toronto 2015 e Lima 2019, além do título em Tóquio 2020.
“Estou vindo de uma preparação muito boa. Mas, com essa mudança de classe, foi uma supresa para mim. As provas de dardo estão no programa dos Jogos de Paris 2024 e pretendo me dedicar bastante para buscar uma medalha também, além do disco, que é a minha prova principal”, apontou Beth, que representou o clube ASPA.
Já a recifense Ana Cláudia da Silva, 34 anos, quebrou a antiga marca mundial de 4,03m pela sua classe ao obter a distância de 4,13m em seu melhor salto do dia.
Ana estava entre as atletas do Brasil que disputaram os Jogos de Tóquio, quando foi décima colocada, além de também ter participado do Rio 2016, nos 100m pela mesma classe. No Mundial de Doha 2015, chegou a conquistar o bronze nessa disputa de pista.
No ano passado, competiu ainda nos Meetings Loterias Caixa do CPB em Recife, Natal e João Pessoa, quando conseguiu saltar a distância de 4,12m. A atleta é do clube NEFD-UFPE, de Recife (PE).
“Estávamos fazendo saltos próximos a essa marca nos treinos e hoje tivemos a felicidade de conseguir esse feito. O trabalho do atleta é duro e árduo e chegar a um recorde mundial não é de um dia para o outro”, completou Ana Cláudia, que sofreu uma queda e fraturou o fêmur quando tinha seis anos.
Em outro recorde do dia, a paulista Zileide Cassiano da Silva, 24, saltou 5,71m pela classe T20 (para atletas om deficiência intelectual) e superou a melhor marca das Américas, que era da potiguar Jardênia Félix Barbosa, com 5,71m. A atleta pertence ao clube SME, de Ribeirão Preto (SP).
O Circuito atende a todos os critérios estabelecidos pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla inglês), mas todos os recordes estabelecidos na competição ainda necessitam ser homologados pela World Para Athletics (WPA), braço do IPC que rege o atletismo paralímpico mundial.
Melhor tempo da vida
A paranaense Lorena Spoladore, por sua vez, venceu uma das provas mais disputadas do dia ao completar a prova dos 200m para atletas cegas em 24s98 e quase quebrar a marca nacional dos 24s60 de Terezinha Guilhermina, em 2012.
“Foi o melhor tempo da minha vida. Nunca iniciei uma temporada com tempos tão expressivos. Isso nos deixa bastante esperançosos. Que venha o Mundial”, finalizou a atleta que, antes, tinha o tempo de 25s24 no Grand Prix de Marrakech no ano passado, como a melhor marca pessoal na carreira.