Atletas do Brasil enfrentam fuso horário e últimos treinos antes de Mundial de atletismo paralímpico em Paris

Largada de corrida de atletas cadeirantes durante o Open Internacional de atletismo, no CT Paralímpico | Foto: Ale Cabral / CPB

Seleção Brasileira contará com 54 atletas e 11 atletas-guia na competição que começa no próximo sábado, 8, e vai até 17 de julho, no estádio Charlety, na capital francesa; evento terá transmissão do canal SporTV 2

Os atletas da Seleção Brasileira de atletismo têm enfrentado a adaptação com o horário do sono e realizado os últimos treinos em Paris, na França, local onde vai acontecer o Mundial da modalidade, a partir do dia 8 até 17 de julho. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgou a convocação de 51 atletas e 11 atletas-guia para a competição. Além deles, três atletas brasileiros receberam convites nominais enviados pelo World Para Athletics (WPA), braço do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), totalizando 54 competidores do Brasil no evento na França.

Mundial de atletismo de Paris é o primeiro após os Jogos de Tóquio 2020 e deve ser o maior evento paralímpico a ocorrer na capital francesa antes dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. A competição será realizada no Estádio Charlety, que já sediou etapas do Grand Prix da modalidade. O evento terá transmissão do canal SporTV 2.

Antes da estreia do país na competição, alguns atletas afirmaram ainda estarem em fase de adaptção ao fuso horário da capital francesa. A França está cinco horas à frente de Brasília (DF). A delegação brasileira saiu do país no domingo à noite, 2, e chegou à capital francesa na última segunda-feira, 3.

“Parece que não, mas cinco horas fazem diferença sim. Senti muito sono fora do horário. Mas os médicos e a comissão técnica do CPB deram todo o suporte para a gente enfrentar isso com mais tranquilidade. O cansaço da viagem foi outro fator desafiador quando chegamos em Paris”, relatou a paraense Fernanda Yara, que vai competir no Mundial nas provas dos 200m e 400m da classe T47 (amputados de braço).

Os atletas do Brasil, e de outros países também, têm realizado os treinos no Institut National du Sport, de l’Expertise et de la Performance (INSEP), em Paris. O instituto francês de treinamento é considerado um centro de excelência em esportes para atletas de elite.

“Já é a terceira vez que estou em Paris, então já estou um pouco mais acostumado. Só sentimos aquela falta do feijão, que todo brasileiro sente. Mas está tudo bem, os treinos estão fluindo conforme o combinado. Para mim, apesar de ser o terceiro mundial na minha carreira, a sensação é como se fosse o primeiro”, completou o paraibano Petrúcio Ferreira, que vai buscar o tricampeonato mundial nos 100m também pela classe T47 após os ouros em Londres 2017 e Dubai 2019.

Para a comissão técnica da Seleção Brasileira, o sono ajuda os atletas a se recuperarem plenamente não apenas dos treinos que estão sendo realizados na capital francesa, mas de toda a carga de treinos que eles receberam antes da disputa.

“A ideia nesse período de pré-competição é monitorar fatores básicos dos atletas, como a adaptação deles ao sono. Estamos em um fuso diferente do último Mundial, em Dubai, e dos Jogos Paralímpicos, em Tóquio. Também realizamos o controle das cargas de treino para não exceder e não correr nenhum risco desnecessário antes da estreia. Para isso, realizamos diariamente questionários, controle de peso e de urina, além dos saltos verticais, para os treinadores poderem tomar as decisões munidos de mais informação”, afirmou Thiago Lourenço, coordenador de Ciências do Esporte do CPB.

Ao todo, o Brasil será representado por 19 Estados na competição em Paris. A maioria dos atletas é nascida no Estado de São Paulo. São 14 dos 54 competidores com deficiência.

A estreia do Brasil será já no primeiro dia de competição. No sábado, 8, às 4h30 (de Brasília) o paraibano Cícero Nobre será o primeiro atleta da delegação brasileira a competir em Paris, quando disputará a fase eliminatória do lançamento do dardo pela classe F57 (que competem sentados).

Cícero, que tem má-formação congênita bilateral nos pés, é o atual detentor do título da prova, já que foi medalhista de ouro no lançamento de dardo no Mundial Dubai 2019.

Essa será a maior delegação do país na história dos Mundiais da modalidade. Antes, a maior equipe brasileira de atletismo em Mundiais havia sido em Dubai (EAU) 2019, quando o país convocou 43 atletas. Naquela ocasião, os brasileiros fizeram a melhor campanha da história do país na competição, na segunda colocação do quadro geral, com 39 medalhas no total: 14 de ouro, nove de prata e 16 de bronze.

O desempenho superou o resultado da edição de Lyon 2013, que até então era a melhor performance nacional, com 16 ouros, 10 pratas e 14 bronzes, na terceira posição geral.

De acordo com o levantamento do departamento de Esportes de Alto Rendimento (DEAR) do CPB, o Brasil já conquistou 215 medalhas na história dos Mundiais de atletismo – sem considerar a participação do país na edição de Birmingham 1998 por falta de dados do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês). Foram 74 ouros, 65 pratas e 76 bronzes.


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