Assintecal denuncia tentativa de tarifaço em produtos químicos: impacto negativo na indústria do couro, calçados e artefatos
A Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) manifesta profunda preocupação com a tentativa da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) de implementar um “tarifaço” na importação de resinas plásticas, sob o pretexto de “defesa do setor”. A proposta visa elevar as tarifas de importação de 77 NMCs (Nomenclatura Comum do Mercosul), atualmente com alíquotas que variam de 9% a 13%, para uma faixa entre 20% e 35%.
Essa medida, se concretizada, terá impactos negativos diretos e significativos na indústria do couro, calçados e artefatos, colocando em risco a competitividade e o futuro de um setor crucial para a economia brasileira.
A Assintecal defende que a proteção ao mercado interno deve ser realizada de forma equilibrada, sem prejudicar outros setores e a competitividade da indústria nacional. O aumento exorbitante das tarifas de importação proposto pela Abiquim, sem uma análise profunda e transparente dos seus impactos, configura um ato de protecionismo exacerbado, que pode gerar diversas consequências negativas, tais como:
- Aumento dos custos de produção: A elevação das tarifas de importação de insumos essenciais, como as resinas plásticas, resultará em um aumento considerável dos custos de produção para as empresas do setor de couro, calçados e artefatos. Esse aumento de custos será repassado ao consumidor final, elevando o preço dos produtos e impactando negativamente a demanda.
- Perda de competitividade: A indústria brasileira de couro, calçados e artefatos já enfrenta desafios com a competitividade internacional. O aumento das tarifas de importação tornará os produtos nacionais ainda mais caros, dificultando a sua colocação no mercado interno e externo, impactando negativamente as exportações e a geração de empregos.
- Diminuição da oferta: A elevação das tarifas de importação pode levar à diminuição da oferta de produtos no mercado interno, principalmente aqueles que dependem da importação de insumos como as resinas plásticas. Essa redução na oferta pode gerar escassez de produtos e aumentar os preços, prejudicando os consumidores.
- Estagnação do desenvolvimento tecnológico: A indústria do couro, calçados e artefatos busca constantemente aprimorar seus processos e produtos por meio da inovação e da incorporação de novas tecnologias. A restrição à importação de insumos pode dificultar o acesso a novas tecnologias e materiais, prejudicando o desenvolvimento tecnológico do setor e a sua competitividade global.
- Impacto negativo na cadeia produtiva: O “tarifaço” proposto pela Abiquim terá um impacto negativo em toda a cadeia produtiva do setor de couro, calçados e artefatos, afetando desde os fabricantes de componentes até os varejistas. A perda de competitividade e o aumento dos custos podem levar ao fechamento de empresas, à perda de empregos e à redução da atividade econômica.
A Assintecal acredita que a solução para a indústria química não reside em medidas protecionistas que prejudicam outros setores da economia. A associação defende uma política industrial que promova a competitividade e o desenvolvimento de forma sustentável e equilibrada. É essencial que o governo promova um diálogo aberto e transparente com todos os setores envolvidos, com o objetivo de encontrar soluções que beneficiem o conjunto da economia brasileira, sem prejudicar a competitividade e o futuro da indústria do couro, calçados e artefatos.
A Assintecal reitera seu compromisso com o desenvolvimento do setor, buscando soluções que garantam a competitividade e o crescimento da indústria, em um ambiente de mercado livre e justo. A associação continuará a lutar contra medidas protecionistas que prejudicam a indústria brasileira e o consumidor final, e defenderá o livre comércio e a competitividade como pilares para o desenvolvimento econômico do país.