Alunos de Enfermagem da Faculdade da Santa Casa de SP realizam atividade de extensão em Centro de Acolhimento Temporário
Alunos do 4º semestre de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), em parceria com o Centro Social Consultório na Rua, realizaram, em 14 de novembro de 2023, uma atividade de orientação sobre higiene pessoal e autocuidado para os homens do Centro de Acolhimento Temporário (CTA)-06 Brigadeiro Galvão.
A parceria com a Equipe Consultório na Rua surgiu a partir do estágio da disciplina de “Enfermagem em Saúde Coletiva I”, oportunidade em que os alunos atuaram por sete dias na UBS Santa Cecília, quando a Equipe Social solicitou uma ação de orientação aos usuários do CTA-06. A disciplina é coordenada pela Profª Me. Camila Waters, responsável por selecionar os quatro alunos que participaram da ação.
De acordo com a professora, a parceria foi uma demanda grande de extensão, em que foi necessário reunir algumas vezes com as professoras responsáveis pelo estágio e orientar os alunos com relação às atividades e como eles poderiam se adequar às necessidades dos usuários. “Quando a gente fala que o aluno faz estágio em uma UBS, em um hospital, sempre existe uma parceria que é o que a gente chama de parceria ensino e saúde. O ensino seria a gente, enquanto Faculdade, e a saúde enquanto UBS. E tem que existir uma troca. A Faculdade tem que retribuir, de alguma forma, essa acolhida que a UBS dá durante o estágio do aluno”, diz.
“Então, a gente sempre atendeu às demandas do território, todas vindas da própria UBS. Quando a gente fala atividade de extensão, não é uma necessidade da Faculdade, é uma necessidade do usuário, do território. Este Centro de Acolhida identificou que era necessário esse tipo de ação de orientação de higiene, então foi a partir de uma demanda deles”, pontua a professora.
De acordo com o psicólogo Antônio Alves do Nascimento, um dos coordenadores do Consultório na Rua, a equipe atua com pessoas em situação de vulnerabilidade, sejam elas em situação de rua, sejam elas usuários de algum serviço da Prefeitura de São Paulo, como é o caso dos homens da CTA-06, que atende cerca de 290 pessoas maiores de idade e do sexo masculino. Ainda segundo o psicólogo, a equipe realiza, todas as terças-feiras, rodas de conversa de Terapias Comunitárias, com o objetivo de fortalecer vínculos e abrir espaço para uma escuta ativa.
“A gente já vinha trabalhando algumas temáticas. dessa vez é ‘Percepção de si e o cuidado pessoal’ e a equipe pensou em construir essa ação junto com a Faculdade como uma forma de incrementar ainda mais a temática”, conclui Antônio.
A temática, que retrata sobre cuidado pessoal, também foi pensada como parte da campanha do Novembro Azul. A roda de conversa visou a saúde do homem e formas de prevenção para diferentes tipos de doenças, como hepatite, Covid-19 e cárie.
Participaram da ação todos os usuários que estavam presentes no CTA e que desejaram acompanhá-la. Ao todo, foram 40 pessoas que puderam ouvir os alunos sobre higiene pessoal e coletiva, as vias de transmissão de uma doença, as doenças mais comuns que podem ser evitadas por meio das higienes, e os principais hábitos de higiene que a população deve seguir.
Além das orientações dos alunos e da entrega dos kits, alguns usuários também tiraram dúvidas sobre o tema. Ao final da ação, técnicos de enfermagem realizaram testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite nos usuários que desejaram fazer.
mportância do cuidado da saúde em populações vulneráveis
De acordo com Alex de Souza Ribeiro, um dos alunos presentes da ação, a orientação no CTA foi a primeira atividade de extensão que os alunos participaram, causando ansiedade desde o preparo até o dia da ação. “É desafiador, mas a gente consegue enfatizar o porquê da escolha da nossa profissão. A gente vai cuidar da saúde, são princípios básicos, mas que dá pra fazer a diferença e evitar uma doença que tenha um agravo maior”, conclui.
Lorrane Ashylla Francisco dos Santos, uma das alunas presentes na ação, também acredita que a atividade possa fazer a diferença para o público-alvo e desejou que o material possa ser reproduzido em outros equipamentos da saúde ou em outras oportunidades no CTA-06.
Ainda segundo Lorrane, a aluna se sente grata por ter participado e diz que a ação foi um aprendizado que levará para a vida. “Foi muito bom. Gostei bastante de ter desenvolvido um folder, nunca tinha feito um antes. Também tive a experiência de falar em público e de aprender a ver mais de perto a situação de uma pessoa que vive em uma CTA”, diz.
“Eu acredito que eles tenham um grau de vulnerabilidade muito grande, mas cada um tem uma história diferente, independente do motivo deles estarem lá. Me desenvolveu muito como aluna e como a profissional que quero me tornar”, conclui a aluna.
Já para a aluna Gardania Neves de Paula, realizar a atividade de extensão foi extremamente importante para sua formação e para a sociedade. “É uma população que a gente tem o maior prazer em trabalhar, que são as pessoas vulneráveis, e eu tenho certeza que vai fazer uma grande diferença para a vida deles, de transformar o processo de saúde-doença e a importância da higiene pessoal”, diz. “Mas a ação também pode elevar a auto-estima deles. Sei o quanto é importante trabalhar a prevenção e promoção de saúde, a gente só tem a ganhar”, explica a aluna.
Milena Marinho de Oliveira, também aluna da Faculdade, comenta, emocionada, que é a segunda vez que visita o CTA e sempre os encontra felizes e cantando. “A gente espera que possa fazer a diferença na vida deles, que eles vejam que são importantes”, diz a aluna.
A professora Me. Camila Waters, que acompanhou os alunos durante a atividade de extensão, reforça as expectativas e anseios dos discentes. “Para os alunos é muito importante porque eles acabam vivenciando outras características e populações específicas, que é uma população extremamente vulnerável e que precisa de um atendimento individualizado, direcionado, acolhido e humano. E eles acabam trazendo essa educação em saúde em uma linguagem que seja acessível a eles”, conclui.
Alunos do 4º semestre de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), em parceria com o Centro Social Consultório na Rua, realizaram, em 14 de novembro de 2023, uma atividade de orientação sobre higiene pessoal e autocuidado para os homens do Centro de Acolhimento Temporário (CTA)-06 Brigadeiro Galvão.
A parceria com a Equipe Consultório na Rua surgiu a partir do estágio da disciplina de “Enfermagem em Saúde Coletiva I”, oportunidade em que os alunos atuaram por sete dias na UBS Santa Cecília, quando a Equipe Social solicitou uma ação de orientação aos usuários do CTA-06. A disciplina é coordenada pela Profª Me. Camila Waters, responsável por selecionar os quatro alunos que participaram da ação.
De acordo com a professora, a parceria foi uma demanda grande de extensão, em que foi necessário reunir algumas vezes com as professoras responsáveis pelo estágio e orientar os alunos com relação às atividades e como eles poderiam se adequar às necessidades dos usuários. “Quando a gente fala que o aluno faz estágio em uma UBS, em um hospital, sempre existe uma parceria que é o que a gente chama de parceria ensino e saúde. O ensino seria a gente, enquanto Faculdade, e a saúde enquanto UBS. E tem que existir uma troca. A Faculdade tem que retribuir, de alguma forma, essa acolhida que a UBS dá durante o estágio do aluno”, diz.
“Então, a gente sempre atendeu às demandas do território, todas vindas da própria UBS. Quando a gente fala atividade de extensão, não é uma necessidade da Faculdade, é uma necessidade do usuário, do território. Este Centro de Acolhida identificou que era necessário esse tipo de ação de orientação de higiene, então foi a partir de uma demanda deles”, pontua a professora.
De acordo com o psicólogo Antônio Alves do Nascimento, um dos coordenadores do Consultório na Rua, a equipe atua com pessoas em situação de vulnerabilidade, sejam elas em situação de rua, sejam elas usuários de algum serviço da Prefeitura de São Paulo, como é o caso dos homens da CTA-06, que atende cerca de 290 pessoas maiores de idade e do sexo masculino. Ainda segundo o psicólogo, a equipe realiza, todas as terças-feiras, rodas de conversa de Terapias Comunitárias, com o objetivo de fortalecer vínculos e abrir espaço para uma escuta ativa.
“A gente já vinha trabalhando algumas temáticas. dessa vez é ‘Percepção de si e o cuidado pessoal’ e a equipe pensou em construir essa ação junto com a Faculdade como uma forma de incrementar ainda mais a temática”, conclui Antônio.
A temática, que retrata sobre cuidado pessoal, também foi pensada como parte da campanha do Novembro Azul. A roda de conversa visou a saúde do homem e formas de prevenção para diferentes tipos de doenças, como hepatite, Covid-19 e cárie.
Participaram da ação todos os usuários que estavam presentes no CTA e que desejaram acompanhá-la. Ao todo, foram 40 pessoas que puderam ouvir os alunos sobre higiene pessoal e coletiva, as vias de transmissão de uma doença, as doenças mais comuns que podem ser evitadas por meio das higienes, e os principais hábitos de higiene que a população deve seguir.
Além das orientações dos alunos e da entrega dos kits, alguns usuários também tiraram dúvidas sobre o tema. Ao final da ação, técnicos de enfermagem realizaram testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite nos usuários que desejaram fazer.
Importância do cuidado da saúde em populações vulneráveis
De acordo com Alex de Souza Ribeiro, um dos alunos presentes da ação, a orientação no CTA foi a primeira atividade de extensão que os alunos participaram, causando ansiedade desde o preparo até o dia da ação. “É desafiador, mas a gente consegue enfatizar o porquê da escolha da nossa profissão. A gente vai cuidar da saúde, são princípios básicos, mas que dá pra fazer a diferença e evitar uma doença que tenha um agravo maior”, conclui.
Lorrane Ashylla Francisco dos Santos, uma das alunas presentes na ação, também acredita que a atividade possa fazer a diferença para o público-alvo e desejou que o material possa ser reproduzido em outros equipamentos da saúde ou em outras oportunidades no CTA-06.
Ainda segundo Lorrane, a aluna se sente grata por ter participado e diz que a ação foi um aprendizado que levará para a vida. “Foi muito bom. Gostei bastante de ter desenvolvido um folder, nunca tinha feito um antes. Também tive a experiência de falar em público e de aprender a ver mais de perto a situação de uma pessoa que vive em uma CTA”, diz.
“Eu acredito que eles tenham um grau de vulnerabilidade muito grande, mas cada um tem uma história diferente, independente do motivo deles estarem lá. Me desenvolveu muito como aluna e como a profissional que quero me tornar”, conclui a aluna.
Já para a aluna Gardania Neves de Paula, realizar a atividade de extensão foi extremamente importante para sua formação e para a sociedade. “É uma população que a gente tem o maior prazer em trabalhar, que são as pessoas vulneráveis, e eu tenho certeza que vai fazer uma grande diferença para a vida deles, de transformar o processo de saúde-doença e a importância da higiene pessoal”, diz. “Mas a ação também pode elevar a auto-estima deles. Sei o quanto é importante trabalhar a prevenção e promoção de saúde, a gente só tem a ganhar”, explica a aluna.
Milena Marinho de Oliveira, também aluna da Faculdade, comenta, emocionada, que é a segunda vez que visita o CTA e sempre os encontra felizes e cantando. “A gente espera que possa fazer a diferença na vida deles, que eles vejam que são importantes”, diz a aluna.
A professora Me. Camila Waters, que acompanhou os alunos durante a atividade de extensão, reforça as expectativas e anseios dos discentes. “Para os alunos é muito importante porque eles acabam vivenciando outras características e populações específicas, que é uma população extremamente vulnerável e que precisa de um atendimento individualizado, direcionado, acolhido e humano. E eles acabam trazendo essa educação em saúde em uma linguagem que seja acessível a eles”, conclui.
O que é o Centro de Acolhimento Temporário?
O Centro de Acolhimento Temporário (CTA) Brigadeiro Galvão é um centro de acolhimento masculino que atende pessoas em situação de rua. Atualmente, o CTA disponibiliza 290 vagas, mas, em períodos em que há baixa temperatura, o serviço já abriu cerca de 350 pessoas.
O equipamento oferece três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar. O CTA disponibiliza alguns dormitórios, reserva de pertences e auxílio para higiene pessoal, como banho. Além disso, os usuários também têm à disposição encaminhamentos para serviços básicos de saúde.
De acordo com a gerente do serviço Eliane Leonardo, os usuários são encaminhados de duas formas: pelas abordagens nas ruas ou pelo encaminhamento na porta. “A gente tem as peruas do SEAS para fazer a abordagem de rua e encaminhar essas pessoas para os equipamentos. Porém, dependendo da situação, se temos muitas pessoas na porta, a gente acaba abrindo algumas exceções”, diz.
“Às vezes a gente recebe família e não conseguimos atender, então, nesses casos, a gente encaminha para o Centro Pop de referência ou fazemos uma articulação de territórios com os equipamentos que nós sabemos que faz acolhimentos”, pontua.
Ainda segundo Eliane, o CTA funciona 24 horas por dia, com duas disponibilidades de horários para entrar no serviço: fixo ou pernoite. “Quem é fixo pode estar 24 horas dentro do equipamento e quem é pernoite entra na casa a partir das 16h e então saem no dia seguinte às 8h em busca de uma vaga fixa, ou em outro equipamento, ou a pessoa veio apenas para dormir”, explica.
O Centro de Acolhimento Temporário (CTA) Brigadeiro Galvão é contemplado com encaminhamento de documentações e evolução de prontuários, além da parceria com o Consultório na Rua, com o objetivo de fazer orientações sobre autocuidado e prevenção de doenças. Segundo a gerente do serviço, ao todo são seis assistentes sociais e um psicólogo que auxiliam na reinserção do usuário à sociedade ou ao convívio familiar.
Eliane também reforça a importância da parceria tanto com o Consultório na Rua, que ocorre mensalmente, quanto com a Faculdade. “A questão do Novembro Azul é muito importante por ser um equipamento masculino, em um cenário com 290 homens e, na maioria deles, com aquele pensamento extremamente fechado. Então a gente quer quebrar esses conceitos e mostrar o quão grave são essas doenças para os homens”, diz.
“A Faculdade estar aqui é muito importante porque nós temos o olhar social, mas não temos um olhar mais clínico para melhor direcioná-los para uma consulta ou para falar sobre um sintoma que talvez eles estejam sentindo”, conclui Eliane.