Alta de juros e falta de crédito aceleram pedidos de falência e recuperação judicial
A saída pode estar na opção de investimento. O economista e consultor financeiro Roger Correa explica como ter os melhores resultados
Em meio à crescente dificuldade financeira das empresas brasileiras – que viu saltar em 56% os pedidos de falência no segundo semestre de 2023 em relação à igual período de 2022* – opções de investimentos na moeda americana aumentou mais de 30% em 2022 somando mais de 54 bilhões de dólares investidos por brasileiros no mercado norte-americano (fonte WIT Exchange e Business Insider).
Com o quadro de juros reais mais alto do mundo, a economia brasileira tem sido um dos principais desafios para qualquer negócio, o que tem levado o mercado a se deparar com episódios de pedidos de recuperação judicial, dívidas e falência.
Segundo o economista e consultor financeiro Roger Correa, que há 24 anos atua nos Estados Unidos, para não fazer parte desta estatística, os empresários brasileiros estão optando por novas alternativas para assegurar a saudabilidade do negócio. Entre as diversas possibilidades estão desde a estruturação de carteiras administradas nos Estados Unidos, bem como compra de ações, de títulos públicos e privados, portfólios de ETF’s, investimentos em imóveis, até aquisições de apólices de seguros de vida resgatáveis em dólar, entre outras várias estratégias disponíveis para brasileiros.
“Somente em 2022 o número de brasileiros que ingressou no sólido mercado americano cresceu quase 30%”, comparado a 2021, destaca o especialista. Segundo pesquisa do portal Business Insider, 54 bilhões de dólares foram investidos por brasileiros no mercado norte-americano somente em 2022”, destaca Correa.
Taxas de juros altas, desaceleração e perdas em pirâmides financeiras
Além das altas taxas de juros e desaceleração da economia, os investidores brasileiros devem ficar atentos aos golpes expostos recentemente na CPI das Pirâmides Financeiras. Esta semana a CPI das Pirâmides Financeiras apresentou relatório que sugere ao Ministério Público o indiciamento de 45 pessoas.
Além dos pedidos de indiciamento, o relatório faz sugestões de um projeto de lei para pedir a segregação patrimonial (separação dos ativos das empresas e dos clientes) e conta individualizada para cada cliente nas empresas de cripto.
“Na tentação por remuneração rápida e ganhos fáceis, já vi diversos empresários brasileiros perderem seu patrimônio do dia para a noite”, alerta.
Segundo o economista, a solidez do mercado proporciona uma maior estabilidade e, claro, proteção ao patrimônio. “Há 24 anos resido nos EUA e sempre falo para a nossa comunidade brasileira: dolarizar parte do patrimônio em dólar tem inúmeras vantagens e segurança. O dólar americano é a principal moeda de reserva do planeta terra e de acordo com o FMI no quarto trimestre do ano passado a moeda representava cerca de 60% de todas as reservas cambiais conhecidas dos bancos centrais do mundo. A ONU reconhece 185 moedas utilizadas em 195 países, as moedas locais são, na maioria das vezes, utilizadas em seus respectivos países, mas sem exceção nenhuma delas teve sucesso ao longo prazo para substituir ou até mesmo rivalizar com o dólar como moeda de reserva mundial. As dívidas públicas internacionais são mensuradas em dólar, fazendo com que o dólar sirva de referência na avaliação de pacotes de estabilização financeira, por exemplo. O Brasil possui a 7ª maior reserva cambial do mundo em dólar com 346 Bilhões de dólares em reserva até o último dia 30/04/23. Bancos estrangeiros globais utilizam dólar como moeda para conduzir a maior parte de seus negócios, o Treasury Bill (título do governo americano) é considerado o mais líquido do mundo, quando o mundo entra em crise a moeda que todos os pais correm é o dólar, sempre! O mercado forex oferece oportunidade de investir em mais de 188 moedas globais. No entanto, o dólar representa 88% de todas as transações cambiais. Vale a reflexão: um dólar em janeiro de 2010 custava R$ 1,74. Hoje, um dólar está beirando a casa dos R$5.00. Isso mostra que a moeda americana ao longo das últimas décadas valorizou frente ao real em mais de 300%”, explica o especialista, que também é executivo-chefe da Lincoln Financial Group LLC, segunda maior operadora de serviços financeiros dos EUA.