ACIM entrega ofício na Câmara Municipal de Maringá pela não criação do Feriado da Consciência Negra
Está em tramitação na Câmara Municipal de Maringá o Projeto de Lei no 16.558/2022, que propõe instituir o dia 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, como feriado municipal. Representante da comunidade empresarial maringaense, com mais de 5 mil associados, a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) entregou ao presidente da Câmara, Mário Hossokawa, documento assinado por cerca de 50 entidades pela não aprovação do Projeto de Lei, na segunda-feira (29).
No ofício, a ACIM reconhece a relevância da data, mas questiona a instituição de um feriado para a celebração. O documento apresenta estimativa de perda econômica de R$ 769 milhões em Maringá em razão dos dez feriados nacionais previstos para 2023. “Tomando como base o PIB de Maringá em 2020, que foi em torno de R$ 20 bilhões, pode-se calcular que, em média, são gerados R$ 77 milhões por dia na cidade. No entanto, quando há um dia parado, seja por um feriado nacional ou por outro motivo, esse valor deixa de ser gerado”, diz o ofício.
O documento menciona ainda que para a indústria, que possui um PIB de aproximadamente R$ 3,5 bilhões, a perda diária estimada é de R$ 13,6 milhões. Já para o setor de comércio e serviços, que tem um PIB de R$ 11,4 bilhões, a perda diária é de cerca de R$ 43,89 milhões a cada feriado. Além das perdas econômicas, que geram redução na arrecadação do município, a entidade também ressalta o impacto no calendário escolar, que pode sofrer alterações para o cumprimento dos 200 dias letivos.
Por meio do ofício, a ACIM salienta que a sociedade civil e as organizações de Maringá estão dispostas a colaborar com o poder público em projetos, ações e tomadas de decisão sobre o tema “Dia da Consciência Negra”, sugerindo fomentar o Festival Afro-brasileiro de Maringá e a “Afro Ebó Dengo”, feira colaborativa de afro-empreendedores que tem como objetivo incentivar o empreendedorismo negro com foco no combate ao racismo e às desigualdades sociais. E a entidade afirma que empresas e organizações farão campanhas de conscientização e sensibilização em suas plataformas de mídia social e de comunicação, com a promoção de eventos e atividades educativas ou oferecerão apoio a projetos e organizações que atuem em áreas relacionadas à igualdade racial e à redução de desigualdades sociais.