ABSOLAR pressiona por ressarcimento bilionário após avanços na transmissão de energia solar
No último dia 16 de outubro, três linhas de transmissão estratégicas, anteriormente atrasadas, foram finalmente integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A iniciativa visa aprimorar a capacidade de escoamento de energia renovável da região Nordeste para o Sudeste e outros centros de consumo, representando um avanço significativo na infraestrutura energética do Brasil.
No entanto, para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o problema ainda está longe de ser resolvido. A entidade alerta para a urgência de medidas que garantam o ressarcimento de prejuízos acumulados, que ultrapassam R$ 1,7 bilhão nos últimos 15 meses. Esses prejuízos foram provocados principalmente por cortes de geração solar, atribuídos a atrasos na infraestrutura de transmissão, que o Operador Nacional do Sistema (ONS) classificou equivocadamente, resultando em perdas financeiras para empreendedores de energia solar e eólica.
A ABSOLAR reconhece que os novos investimentos são um passo na direção certa e já contribuíram para a redução pontual dos cortes de geração renovável. Contudo, ressalta que a compensação do passivo bilionário é necessária para garantir a sustentabilidade do setor e para atrair novos investimentos em energia limpa no país. Sem essa compensação, os empreendedores do setor renovável enfrentam insegurança financeira, o que pode comprometer a expansão futura da matriz energética limpa no Brasil.
A entidade também pede maior celeridade na construção de novas linhas de transmissão, destacando que, sem uma infraestrutura adequada, os cortes de geração podem se intensificar, prejudicando tanto o setor quanto o cumprimento das metas de descarbonização do país. Segundo a ABSOLAR, é preciso que o governo e demais agentes envolvidos promovam uma regulamentação que garanta justiça econômica aos produtores de energia limpa, possibilitando um ressarcimento rápido e eficiente dos prejuízos já acumulados.
O avanço na integração das linhas de transmissão é positivo, mas o setor de energia renovável ainda aguarda respostas concretas para corrigir os erros do passado e assegurar um crescimento sustentável.