A um ano da COP30, incertezas e desafios pairam sobre Belém e o Brasil

Com a proximidade da COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém, Pará, a organização do evento enfrenta desafios estruturais, orçamentários e administrativos. Apesar dos avanços nas obras e nos investimentos que prometem deixar um legado positivo para a cidade, servidores do Ministério das Relações Exteriores (MRE) manifestaram preocupações sobre a capacidade do Brasil de realizar o evento em conformidade com os rigorosos padrões internacionais. Entre os temores estão a sobrecarga de trabalho e as limitações de recursos no Itamaraty, órgão essencial para a articulação diplomática e logística do evento.

Investimentos bilionários e transformações urbanas

O Governo Federal alocou cerca de R$ 4,7 bilhões em infraestrutura, com obras que incluem saneamento, mobilidade urbana e melhorias no Aeroporto Internacional de Belém. O Parque da Cidade, com 70% das obras concluídas, será o palco principal do evento e, após a conferência, oferecerá espaços de lazer e cultura para os moradores. Reformas em pontos icônicos como o Complexo Ver-o-Peso e o Mercado de São Brás também estão em andamento, visando melhorar a infraestrutura turística e cultural da cidade. Paralelamente, a criação de novas ciclovias, corredores de transporte e ampliação da rede hoteleira busca atender às mais de 60 mil pessoas esperadas, entre líderes globais, ambientalistas e especialistas em sustentabilidade.

Desafios do Itamaraty e questões estruturais

Enquanto as obras em Belém avançam, o Itamaraty lida com uma crise de infraestrutura e orçamento que pode dificultar sua participação na organização. A COP30 é considerada estratégica para o Brasil demonstrar sua liderança em questões ambientais, mas o peso do evento recai sobre um ministério que já opera no limite. Servidores relatam a falta de recursos humanos e financeiros suficientes para lidar com a logística e os encontros bilaterais que o evento exige.

Legado para a Amazônia e para o mundo

A escolha de Belém como sede da COP reforça a centralidade da Amazônia no debate climático global. O evento deve não apenas discutir temas como desmatamento, preservação da biodiversidade e financiamento climático, mas também aumentar a visibilidade internacional da região, gerando impacto econômico e político para o Brasil. Segundo Valter Correia, secretário extraordinário da COP30, o evento será uma oportunidade de apresentar soluções sustentáveis que combinam desenvolvimento econômico e proteção ambiental.

Entretanto, o sucesso do evento dependerá de esforços coordenados para superar os desafios administrativos e assegurar que os investimentos se traduzam em melhorias duradouras para a população local e para a imagem internacional do Brasil como líder climático.

Fontes: Planalto, Diário do Pará, Revista Amazônia.


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