A educação paranaense sob ataque: o uso ilegal de dados e a propaganda fascista na SEED
O estado do Paraná, infelizmente, tem testemunhado uma escalada de ações que colocam em risco a democracia e a educação pública. Em um cenário de crescente desrespeito às leis e aos direitos dos cidadãos, a Secretaria de Estado da Educação (SEED) emerge como um foco de preocupação, protagonizando um ataque inaceitável aos professores e funcionários que defendem a qualidade do ensino público.
A recente admissão do Secretário da Educação, Roni Miranda, em uma reportagem da maior rede de televisão do estado, expôs a face sombria da gestão da SEED. Miranda confirmou o uso indevido de recursos públicos e dados sensíveis de estudantes – protegidos por lei – para a produção e divulgação de um vídeo com clara conotação fascista, direcionado contra a organização dos educadores que se mobilizavam para impedir a terceirização nas escolas públicas.
O vídeo em questão, que reproduz a estética e o discurso de grupos de extrema direita, se configura como uma ferramenta de ataque e intimidação aos professores e funcionários que estavam em greve, buscando defender seus direitos e a qualidade do ensino público. Essa ação, além de ser um desrespeito à liberdade de expressão e ao direito de greve, caracteriza-se como um crime, pois viola a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e utiliza recursos públicos para fins ilegítimos.
O uso de dados sensíveis de estudantes para fins de propaganda política e ataque a grupos sociais é um ato condenável e demonstra uma profunda falta de respeito à privacidade e à dignidade dos alunos. Essa prática, além de ser ilegal, representa uma grave violação da confiança depositada na instituição pública e compromete a imagem da educação paranaense.
A confissão do Secretário Roni Miranda, que, em vez de negar o ocorrido, admitiu abertamente o uso de recursos e dados públicos para fins de ataque político, coloca em evidência a natureza autoritária da gestão da SEED. Essa postura, alinhada ao discurso e à estética de grupos fascistas, demonstra uma clara inclinação ideológica e um desprezo absoluto pelos princípios democráticos que devem nortear a gestão pública.
O Paraná, um estado que historicamente se destaca pela qualidade da sua educação pública, tem vivido um momento de profundo retrocesso com a gestão da SEED. A utilização de práticas fascistas e de recursos públicos para atacar e intimidar professores e funcionários demonstra uma profunda crise de valores e um ataque frontal ao direito à educação de qualidade.
É fundamental que a sociedade paranaense se mobilize para denunciar e combater essa prática autoritária e ilegal. A educação pública é um direito fundamental e precisa ser defendida de ataques como este, que colocam em risco a qualidade do ensino e a democracia no estado.
Cabe ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e aos demais órgãos de controle do estado investigar a fundo esse caso e responsabilizar os envolvidos nesse ato criminoso. A luta pela educação pública de qualidade exige a união de todos os que defendem a democracia e a justiça social. A SEED precisa ser responsabilizada por seus atos e a sociedade paranaense precisa se levantar em defesa da educação pública e da democracia.