A crise da democracia e a deturpação da educação: A vereadora Cris Lauer e a APP no olho do furacão
Vereadora Cris Lauer (NOVO) defende o governador Ratinho Jr e ataca o movimento dos professores é investigada pelo MP-PR por enriquecimento ilícito
O cenário político paranaense, já bastante conturbado, se viu recentemente em mais um capítulo de embate entre figuras públicas e movimentos sociais. A vereadora Cris Lauer (NOVO), conhecida por suas posições de extrema direita e apoio ao ex-presidente Bolsonaro, se tornou alvo de críticas e investigações por suas ações e discursos, que colocam em xeque a democracia e o futuro da educação no estado.
Lauer, que defende a terceirização dos serviços burocráticos nas escolas do Paraná, tem se posicionado contra o direito à greve dos professores, alegando que a APP-Sindicato estaria utilizando os alunos como ferramenta para a distribuição de panfletos em apoio à paralisação. Essa acusação, sem qualquer prova concreta, demonstra uma profunda falta de respeito à luta dos educadores e um desprezo pela participação dos estudantes no debate sobre a qualidade da educação.
É importante destacar que a terceirização dos serviços burocráticos, defendida por Lauer, é uma medida que pode comprometer a qualidade do ensino e fragilizar a estrutura das escolas. A experiência demonstra que a terceirização, em muitos casos, leva à precarização das condições de trabalho, à redução salarial e à perda de direitos dos trabalhadores, além de gerar insegurança para o futuro da educação pública.
A postura da vereadora frente à greve dos professores, além de ser descabida e desrespeitosa, revela um profundo desconhecimento sobre a importância da participação dos professores na construção de uma educação de qualidade. A greve, como ferramenta de reivindicação por melhores condições de trabalho e ensino, é um direito constitucional dos trabalhadores e um instrumento fundamental para a garantia de uma educação pública justa e eficiente.
Por outro lado, a mesma figura que ataca o direito à greve e acusa o sindicato de utilizar crianças para fins políticos, está sendo investigada pelo Ministério Público por enriquecimento ilícito, o que coloca em risco seu mandato e a possibilidade de tornar-se inelegível. A denúncia, caso comprovada, representa um golpe contundente na credibilidade da vereadora e levanta sérias dúvidas sobre a ética e a moralidade de suas ações.
A história de Lauer, com suas ligações ao ex-presidente Bolsonaro e ao movimento golpista de 8 de janeiro, levanta ainda mais questionamentos sobre seus reais interesses e a coerência de suas posições. É preciso lembrar que a tentativa de golpe de 8 de janeiro foi uma afronta à democracia e à soberania popular, e que aqueles que a apoiaram ou incentivaram devem ser responsabilizados por seus atos.
O caso da vereadora Cris Lauer demonstra a fragilidade da democracia brasileira, a necessidade urgente de combater a desinformação e a polarização política, e a importância de fortalecer o papel dos sindicatos e dos movimentos sociais na luta por direitos e por uma educação pública de qualidade. É fundamental que a sociedade civil se mobilize para defender os valores democráticos e combater a proliferação de discursos de ódio e intolerância, como os que vêm sendo propagados por Lauer e seus aliados.
A educação, como pilar fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade justa e democrática, precisa ser defendida de ataques e desinformação. É preciso ter cautela com figuras que usam o discurso da “defesa da educação” para justificar medidas que, na verdade, visam apenas a fragilizar o sistema público e beneficiar interesses próprios.
O momento exige vigilância e participação ativa da sociedade, para garantir que a democracia prevaleça e que a educação pública, um direito de todos, seja defendida e fortalecida.