Aliel Machado defende diretora afastada do Instituto de Educação
O afastamento da diretora do Instituto de Educação Professor César Prieto Martinez em Ponta Grossa, Carmen Lúcia de Souza Pinto, transcende os muros da instituição e se transforma em um grito de alerta sobre a crise que assola a educação paranaense. A decisão da Secretaria de Educação do Paraná, em ofício assinado pelo Secretário Roni Miranda Vieira, que culminou no afastamento da diretora, representa um ataque frontal à autonomia e à liberdade de expressão, pilares fundamentais para a construção de um sistema educacional democrático e inclusivo.
A justificativa para o afastamento, segundo informações veiculadas, reside no apoio de Carmen Lúcia à greve dos professores e na sua participação em manifestação contra a privatização de serviços educacionais no estado. Essa atitude, que demonstra a sensibilidade da diretora para com as demandas da comunidade escolar e a defesa de um sistema público de ensino de qualidade, foi interpretada pelo governo como um ato de insubordinação, merecedor de punição.
O que se observa, contudo, é a tentativa de silenciar vozes críticas e de reprimir qualquer tipo de oposição às políticas educacionais do governo do Paraná. A perseguição a Carmen Lúcia, em sua condição de liderança no âmbito educacional, revela a fragilidade do discurso oficial que prega a valorização do educador e a defesa da educação pública. A realidade demonstra que, na prática, a postura do governo se revela autoritária, intolerante e avessa à participação social.
O discurso de “estado mínimo” e de privatização dos serviços públicos, defendido pelo governador e pelo Secretário de Educação, se torna ainda mais perverso quando aplicado no setor educacional. A educação, um direito fundamental e um investimento estratégico para o desenvolvimento social, é transformada em mercadoria, sujeita às leis do mercado e aos interesses de grupos privados.
A promessa de que a terceirização dos serviços educacionais resultará em maior eficiência e qualidade, desconsidera a complexidade do processo educacional e ignora a importância do papel social da escola. A redução da educação a um mero negócio, priorizando o lucro em detrimento da formação integral do indivíduo, é um ataque direto ao futuro da sociedade paranaense.
O afastamento de Carmen Lúcia, que se soma a outros casos de perseguição a diretores e professores em todo o estado, é um sintoma da profunda crise que assola a educação paranaense. A falta de investimento, a precarização das condições de trabalho e a desvalorização dos profissionais da educação, aliadas à tentativa de silenciar as vozes críticas, criam um cenário de medo e insegurança, comprometendo a qualidade do ensino e o desenvolvimento de um sistema educacional justo e igualitário.
A manifestação de apoio a Carmen Lúcia, que ganhou força com a participação de professores, diretores, e até mesmo de parlamentares, demonstra a indignação e o repúdio da sociedade paranaense às medidas do governo. A voz daqueles que defendem uma educação pública de qualidade, democrática e inclusiva, está sendo silenciada, mas a luta por uma educação digna e justa continua.
É urgente que a sociedade se mobilize em defesa da educação pública, exigindo do governo ações concretas para garantir a qualidade do ensino, o respeito à autonomia das escolas e a valorização dos profissionais da educação. O futuro da educação paranaense depende da ação de todos, para que o silenciamento não se torne a norma e que a voz daqueles que lutam por uma educação de qualidade seja ouvida.