20 de setembro de 2024

O asfalto borracha: uma solução inovadora para combater a dengue e descartar pneus velhos

A dengue, uma doença que assola o Brasil e diversas outras nações, causa um grande impacto na saúde pública. Em 2024, o país já contabilizou 3.254 óbitos por essa enfermidade, de acordo com dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, e esse número ainda pode aumentar em até 1.531 casos. A luta contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, exige uma ação multifacetada, desde campanhas de conscientização até medidas mais inovadoras. Neste contexto, o asfalto borracha surge como uma solução promissora, combatendo a proliferação do mosquito e oferecendo um destino sustentável para pneus velhos, verdadeiros criadouros do Aedes.

A utilização de pneus velhos como criadouros do mosquito é um problema crônico e persistente. Devido à sua estrutura, os pneus acumulam água da chuva, criando um ambiente propício para a reprodução do Aedes aegypti. Essa água parada se torna um terreno fértil para as larvas do mosquito, perpetuando o ciclo da doença. O descarte inadequado de pneus, muitas vezes em terrenos baldios, lixões ou até mesmo em rios e córregos, agrava ainda mais a situação, espalhando criadouros por toda a cidade.

É nesse cenário que o asfalto borracha se apresenta como uma alternativa eficaz e inovadora. Essa tecnologia, que utiliza pneus velhos como matéria-prima para a fabricação do asfalto, oferece uma solução duplamente benéfica: combate a dengue e garante a destinação ambientalmente correta de pneus inservíveis. A utilização de pneus moídos no asfalto reduz a necessidade de utilizar agregados minerais, como brita e areia, na composição do material, diminuindo a extração desses recursos naturais.

Além disso, o asfalto borracha apresenta diversos benefícios em relação ao asfalto tradicional. Possui maior flexibilidade e resistência, o que o torna mais durável e menos suscetível a rachaduras e deformações. Sua capacidade de absorver impactos e ruídos também é superior, proporcionando maior segurança e conforto para pedestres e motoristas. A utilização do asfalto borracha, portanto, se traduz em uma solução ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente relevante.

A produção do asfalto borracha demanda investimento em infraestrutura e equipamentos específicos para o processo de moagem e mistura dos pneus com o asfalto. No entanto, os benefícios socioambientais e as vantagens em relação ao asfalto tradicional compensam o investimento inicial. A redução do número de pneus descartados de forma inadequada, a diminuição da proliferação do Aedes aegypti e a construção de um asfalto mais resistente e durável são apenas algumas das vantagens que a tecnologia oferece.

Para potencializar o impacto positivo do asfalto borracha, ações conjuntas são essenciais. Campanhas de conscientização sobre a importância do descarte correto de pneus, incentivos fiscais para a utilização do asfalto borracha em obras públicas e privadas, e a criação de programas de coleta e tratamento de pneus velhos são medidas que podem impulsionar a utilização dessa tecnologia.

Em suma, o asfalto borracha representa uma solução promissora para combater a dengue e promover a sustentabilidade ambiental. A utilização de pneus velhos como matéria-prima para a fabricação do asfalto, além de solucionar o problema do descarte inadequado desses materiais, contribui para a redução da proliferação do Aedes aegypti, melhorando a saúde pública e a qualidade de vida da população. É fundamental investir em pesquisas, desenvolvimento e implementação de políticas públicas que incentivem a utilização dessa tecnologia e promovam a criação de um ciclo virtuoso de produção, utilização e descarte de pneus, garantindo um futuro mais sustentável e livre da dengue.

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