A sombra da enchente: moradores de Ilhéus e Itabuna presos ao risco
A devastadora enchente que atingiu o sul e sudoeste da Bahia em dezembro de 2021 deixou marcas profundas, especialmente em cidades como Ilhéus e Itabuna. Meses depois, a memória da água invadindo casas, o medo da força da natureza e a perda de tudo o que possuíam ainda assombram os sobreviventes.
Um exemplo disso é a realidade da família do aposentado Sinival de Jesus, residente na Vila Cachoeira, um bairro ribeirinho de Ilhéus. A lembrança da água chegando a uma altura assustadora, destruindo sua casa e forçando-o a reconstruir sua vida no mesmo local, onde o risco de novas inundações permanece constante, é um retrato da angústia que perdura.
A situação de Sinival, infelizmente, não é um caso isolado. Muitos moradores de áreas de risco, em Ilhéus e Itabuna, ainda não conseguiram deixar suas casas, apesar do perigo iminente. A falta de alternativas de moradia segura e a dificuldade em recomeçar suas vidas em outro lugar os mantêm presos à sombra da tragédia, à mercê da natureza e de novas catástrofes.
É urgente que as autoridades, em todos os níveis, se mobilizem para oferecer soluções eficazes e permanentes para essa população vulnerável. A reconstrução após a enchente não pode se limitar a reconstruir casas, mas sim a garantir a segurança e a dignidade dos sobreviventes, impedindo que a tragédia se repita.
