Ataques israelenses prosseguem em Rafah, apesar de plano de trégua
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Intensos ataques aéreos e fogo de artilharia atingiram neste sábado (1º) a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, um dia depois da divulgação de proposta isralense para um cessar-fogo com o Hamas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu que as condições para um cessar-fogo permanente não mudaram e incluem a destruição do movimento islâmico, que está no poder em Gaza desde 2007.
Outra condição é a libertação de todos os reféns detidos no território palestino desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e desencadeou a guerra.
O Exército israelense, cujos tanques entraram no centro de Rafah nos últimos dias, prosseguiu hoje a ofensiva na cidade fronteiriça com o Egito, lançada em 7 de maio para destruir os últimos batalhões do Hamas.
Em 24 horas, a guerra fez pelo menos 95 mortos em todo o território, segundo o Ministério da Saúde do governo de Gaza liderado pelo Hamas, que elevou o total de mortos para 36.379.
Em Rafah, as operações estão particularmente concentradas na parte ocidental da cidade, no bairro de Tal al-Sultan, onde os moradores relataram bombardeios, fogo de tanques e movimento de veículos militares, segundo a agência francesa AFP.
“Durante toda a noite e pela manhã, os bombardeios aéreos e de artilharia não pararam um momento nos setores ocidentais de Rafah, impedindo qualquer movimento de civis”, disse um morador que pediu para não ser identificado.
Acrescentou que os francoatiradores israelenses tinham se posicionado “em edifícios com vista para todo o bairro de Tal al-Sultan, tornando a situação muito perigosa”.
Testemunhas também relataram intenso fogo de artilharia no leste e centro de Rafah.
No centro da Faixa de Gaza, o campo palestino de Nuseirat foi atingido por ataques aéreos.
No norte, os tiros de artilharia atingiram o bairro de Zeytun na cidade de Gaza, segundo a AFP.
Desde o início da ofensiva em Rafah, 1 milhão de pessoas fugiram para a zona costeira superlotada de al-Mawasi, designada por Israel como “zona humanitária” para acolher os deslocados.
“É tempo de esta guerra acabar”, afirmou na sexta-feira o presidente norte-americano, Joe Biden, apelando ao Hamas para que aceite o plano israelense que lhe foi apresentado pelo Catar.
“Não podemos deixar passar essa oportunidade”, acrescentou.
A primeira fase do plano anunciado por Biden seria um cessar-fogo com a retirada, por seis semanas, das tropas israelenses das “áreas povoadas de Gaza”.
O fim dos combates seria acompanhado pela libertação de reféns israelenses raptados em 7 de outubro em Israel, especialmente mulheres e doentes, e pela libertação de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
Das 252 pessoas tomadas como reféns, 121 continuam detidas em Gaza, 37 das quais estão mortas, segundo o Exército israelense.
O cessar-fogo temporário poderá tornar-se permanente se o Hamas “respeitar os seus compromissos”, segundo Biden.
A fase seguinte incluiria a libertação de todos os reféns ainda detidos.
“O Hamas considera positivo o que foi incluído no discurso do presidente Biden relativamente a um cessar-fogo permanente, à retirada das forças israelenses de Gaza, à reconstrução e à troca de prisioneiros”, reagiu o movimento.
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