Tragédia no Rio Grande do Sul evidencia falta de políticas públicas e necessidade de união de empresas pelo bem comum

Por Rogério Neves

O Brasil está presenciando uma das maiores catástrofes ambientais da história do país. O Rio Grande do Sul foi atingido por uma série de chuvas fortes e com grande volume, o que ocasionou o alagamento de várias cidades do estado. Os níveis absurdos de água registrados resultaram em casas cobertas e inúmeras outras construções submersas. Até o momento, entre desabrigados, mortos e desaparecidos, há centenas de pessoas.

Esse acontecimento gerou uma grande repercussão na mídia e está movimentando a internet e a sociedade em geral para que as pessoas doem alimentos, água, roupas, entre outros itens, diretamente para as famílias. Há movimentos também que pedem doações a instituições e projetos que estão na linha de frente para auxiliar quem está necessitado. Agora é hora de nos unirmos para amenizar os impactos dessa tragédia.

É claro que chuvas nessa intensidade causam problemas, entretanto, quando se olha para o histórico da região, pode-se perceber que não é um caso isolado. Ainda em 1941, a cidade de Porto Alegre presenciou a cheia do Lago Guaíba, que atingiu 4,76 metros de altura. Já em 2024, o mesmo lago chegou aos 5,33 metros. Vale ressaltar que enchentes acontecem quando é quebrada a barreira dos três metros. Nota-se, portanto, que situações como essa são previsíveis e podem ser evitadas.

Mais do que nunca, todas as esferas governamentais, prefeituras, governos estadual e federal, devem agir na criação de políticas públicas com foco no meio ambiente. É necessário trabalhar na prevenção de situações futuras, o que deveria ter sido feito ao longo dos anos, mas, evidentemente, não foi. Por isso, neste momento, é imprescindível que as empresas se unam para contribuir também, afinal, não se traça um plano para evitar catástrofes da noite para o dia e as pessoas estão precisando de ajuda agora.

Neste sentido e com a ideia de que fazer com que mais empresas se disponham a contribuir com tecnologia, recursos financeiros, entre outros itens de primeira necessidade, a CPE Tecnologia, empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia, e a APAT – Associação de Profissionais de Agrimensura e Topografia, farão doações, respectivamente, referentes a 1% das receitas das vendas de equipamentos e 10% das receitas de cursos e manutenção de equipamentos no mês de maio. Os valores serão enviados a seis diferentes instituições cadastradas no portal Para Quem Doar. Trata-se de se firmar um compromisso com a sociedade.

Além das doações, as empresas podem verificar as necessidades da região e organizar meios de ajudar com a disponibilização de pessoal, ajuda voluntária ou ferramentas que serão úteis nesse período. Precisamos entender que as companhias, colaboradores e stakeholders estão inseridos em uma sociedade e, quando acontece uma tragédia, temos que enxergar a necessidade do próximo e ajudar. Temos visto este exemplo se multiplicando em uma grande corrente do bem e não podemos deixar parar ou esfriar. Devemos estar prontos e dispostos.

Mais do que isso, precisamos cobrar, e muito. Essa união da qual estamos falando deve ser constante e contemplar a reconstrução das cidades e das vidas dessas pessoas. Além disso, devemos atuar juntos para prevenir novas catástrofes. A responsabilidade é de todos e temos recursos para tal. Vamos, então, colocar nossa brasilidade em prática e trabalhar, afinal, até quando ainda teremos que ver tantas pessoas sofrendo por falta de compromisso com a sociedade?

Rogério Neves é CEO da CPE Tecnologia, empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia desde 1974 e é pioneira na implantação de algumas tecnologias no mercado brasileiro. A companhia também atua em parceria com equipes de vigilância ambiental, fornecendo equipamentos para o monitoramento da Floresta Amazônica, em trabalho conjunto com Exército, Incra, institutos nacionais e o Corpo de Bombeiros.


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