Brasil acolhe 710 mil refugiados: como as empresas podem se preparar para integrá-los ao mercado de trabalho
O Brasil se destaca globalmente no acolhimento de refugiados, com um total de 710 mil imigrantes vivendo no país, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados. No entanto, a integração dessas pessoas no mercado de trabalho brasileiro ainda é um desafio, com 55% dos refugiados chegando ao país sem emprego. Apenas 14,9% dos refugiados empregados têm trabalho formal, aponta um levantamento realizado pelo Colettivo em parceria com o Fórum Empresas com Refugiados da ACNUR e do Pacto Global da ONU no Brasil, com a ONG Visão Mundial e participação da empresa Belgo Arames.
Diante desse cenário, organizações ligadas ao setor migratório têm ampliado suas atuações para oferecer mais do que apenas abrigo aos refugiados. É o caso da ONG Planeta de TODOS, que em parceria com o Grupo TODOS Empreendimentos, está focando em ações de reintegração sociolaboral para preparar os imigrantes para o mercado de trabalho brasileiro.
De acordo com André Naddeo, diretor-executivo da ONG Planeta de TODOS, as empresas precisam estar dispostas a fazer a diferença na integração dos refugiados no mercado de trabalho, lembrando que muitos deles já tinham uma vida profissional em seus países de origem e apenas precisam de oportunidades. A empresa e a ONG trabalham juntas para romper barreiras culturais e linguísticas, além de capacitar os imigrantes para ocuparem vagas de trabalho.
Para facilitar a entrada de refugiados no mercado de trabalho, Naddeo elenca algumas ações estratégicas que as empresas podem adotar. É importante que as empresas assumam o compromisso de abrir postos de trabalho destinados a refugiados, incluindo essa frente de diversidade em seu planejamento de recursos humanos. Além disso, as empresas podem contar com ONGs atuantes na área migratória para facilitar a divulgação das vagas e direcioná-las ao público adequado.
A contratação de migrantes e refugiados segue o mesmo processo estabelecido para qualquer outro cidadão brasileiro, com a única diferença de que os refugiados possuem a CRNM como documento de identificação. Os refugiados têm direito aos mesmos direitos trabalhistas concedidos aos trabalhadores brasileiros, e a comprovação de escolaridade pode ser buscada junto às autoridades competentes.
Para promover a integração dos refugiados no ambiente de trabalho, as empresas podem preparar cartilhas educativas para os colaboradores, informando sobre aspectos culturais e hábitos importantes para os refugiados contratados, além de promover encontros para trocas de experiências.
Diante do aumento do número de refugiados no Brasil, as empresas têm um importante papel a desempenhar na integração dessas pessoas ao mercado de trabalho, promovendo a diversidade e a inclusão no ambiente corporativo.