Sol no telhado: Brasil atinge 29 GW de energia solar, mas gargalos e burocracia ainda travam o crescimento
O Brasil deu um passo importante na transição energética, com a geração solar distribuída nos telhados e pequenos terrenos atingindo a marca de 29 gigawatts (GW) de potência instalada. O número, divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), representa um investimento de mais de R$ 142,5 bilhões desde 2012, consolidando o país como um dos líderes mundiais na área.
A expansão da energia solar distribuída no Brasil é impulsionada por diversos fatores, como a busca por alternativas mais limpas e baratas para geração de energia, a queda no preço dos painéis solares e a crescente conscientização ambiental da população. Segundo a ABSOLAR, a geração própria fotovoltaica gerou mais de 870 mil empregos verdes e atende cerca de 3,7 milhões de unidades consumidoras no país.
Mas nem tudo são flores. Apesar do avanço significativo, o setor ainda enfrenta diversos desafios para alcançar seu potencial máximo. A burocracia excessiva para a instalação de sistemas solares, a falta de incentivos fiscais e a insegurança jurídica são alguns dos obstáculos que freiam o crescimento do mercado.
“O Brasil tem um potencial enorme para a energia solar, mas a falta de políticas públicas eficazes e a lentidão na aprovação de projetos impedem que o setor se desenvolva de forma mais acelerada”, afirma Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR. “É preciso simplificar a legislação, reduzir os custos de instalação e garantir a segurança jurídica para que os investimentos continuem a crescer.”
A realidade no dia a dia:
A experiência de muitos brasileiros que buscam instalar sistemas solares em suas casas demonstra a burocracia e os obstáculos enfrentados. O processo de aprovação de projetos junto às concessionárias de energia, por exemplo, pode levar meses, gerando frustração e desestimulando novos investimentos.
“O tempo de espera para a aprovação do meu projeto foi muito longo, e a comunicação com a concessionária foi bastante complicada”, relata Maria, moradora de São Paulo que instalou placas solares em sua casa há dois anos. “A burocracia ainda é um grande problema no Brasil, e isso impede que mais pessoas aproveitem os benefícios da energia solar.”
O futuro da energia solar no Brasil:
Apesar dos desafios, o futuro da energia solar no Brasil é promissor. A queda contínua no preço dos painéis solares, a crescente demanda por energia limpa e a busca por alternativas para reduzir a conta de luz impulsionam o crescimento do setor.
Para que o Brasil se torne um líder global na área, é fundamental que o governo adote medidas para desburocratizar o processo de instalação de sistemas solares, reduzir os custos de instalação e garantir a segurança jurídica para os investidores.
“O Brasil tem tudo para se tornar um dos maiores produtores e consumidores de energia solar do mundo”, afirma Sauaia. “Mas para isso, é preciso que o governo crie um ambiente favorável para o desenvolvimento do setor.”
É preciso, portanto, que o governo e a sociedade se unam para superar os obstáculos e garantir que a energia solar se consolide como uma fonte de energia limpa, barata e acessível para todos os brasileiros.