Ativista iraniana será julgada por denunciar agressões sexuais
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A ativista iraniana dos direitos das mulheres e Prêmio Nobel da Paz de 2023 Narges Mohammadi, que está detida, vai ser julgada por acusar as forças de segurança iranianas de agredir sexualmente as detentas, informou hoje (18) a AgênciaAFP.
Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), que cita a família da detida, o julgamento deverá ter início no domingo e relaciona-se com uma mensagem áudio que a ativista partilhou, em abril, com os apoiantes a partir da prisão onde se encontra detida desde o final de 2021, na qual denunciava uma “guerra em grande escala contra as mulheres” na República Islâmica.
O Ministério Público acusou-a de “propaganda contra o regime” e as autoridades judiciais iranianas não comentaram o caso.
De acordo com a família, Narges defendeu que o julgamento deveria ser aberto ao público para que “as testemunhas e sobreviventes possam contar as agressões sexuais cometidas pelo regime da República Islâmica contra as mulheres” nas prisões iranianas.
Em mensagem, a ativista e jornalista detida na prisão de Evine, em Teerã, exortou as mulheres iranianas a partilharem nas redes sociais os fatos sobre suas detenções e as agressões sexuais cometidas pelas autoridades.
Citou o caso de Dina Ghalibaf, uma jornalista e estudante que, segundo organizações não governamentais (ONGs) foi detida depois de ter acusado as forças de segurança, nas redes sociais, de a terem algemado e agredido sexualmente durante detenção anterior. Ghalibaf foi posteriormente libertada.
Nas últimas semanas, as autoridades iranianas intensificaram a repressão sobre as mulheres, especialmente por meio da utilização de videovigilância. Desde a Revolução Islâmica de 1979, as mulheres no Irã são obrigadas a respeitar um código de vestuário rigoroso, incluindo o uso do véu em locais públicos.
Detida desde novembro de 2021, Narges Mohammadi não vê o marido e os filhos gêmeos, que vivem em Paris há vários anos. A ativista, de 52 anos, foi repetidamente condenada e presa nos últimos 25 anos pela sua campanha contra o uso obrigatório do véu pelas mulheres e a pena de morte.
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