“Falta peixe para atender à demanda no Tocantins”, informa diretor da Agronorte

A piscicultura da região Norte pode crescer até 10% este ano. A estimativa é de Vinicius Carvalho, diretor da Agronorte, empresa que produz 800 toneladas de peixes nativos tambatinga e pirarucu, em Maurilândia (TO). “O atraso na oferta de alevinos no segundo semestre de 2023 provocou o aquecimento dos preços atuais, o que desperta o interesse dos piscicultores para aumentar o cultivo este ano”, explica Carvalho.

A longa estiagem no Norte nos últimos meses afetou em cheio a produção de alevinos no final de 2023. “Historicamente, já temos alevinos entre outubro e novembro. Porém, a oferta começou a fluir entre dezembro e janeiro, o que afetou o ciclo normal de produção. Com as chuvas, a oferta se normalizou, mas a demanda permanece aquecida”, ressalta o diretor da Agronorte.

Os piscicultores estão sendo bem remunerados devido à alta procura dos consumidores. “Na quaresma, por exemplo, comercializamos toda a produção disponível, o que representa cerca de 40% a mais do que mesmo período do ano passado”, informa Carvalho.

Também conselheiro da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) para a região Norte, Vinicius Carvalho explica que os desafios sanitários enfrentados pela tilápia em 2023 também contribuíram para a redução da oferta de peixes de cultivo como um todo. “É mais um fator para manter os preços ao produtor aquecidos”.

Segundo o Anuário 2024 da Piscicultura da Peixe BR, a produção de peixes de cultivo no Tocantins atingiu 17,5 mil toneladas no ano passado. Desse total, 17,1 mil toneladas foram de peixes nativos e 420 toneladas de tilápia. Se o cenário se mantiver positivo, Vinicius Carvalho estima que, neste ano, a produção de tilápia pode mais do que dobrar no estado e a de peixes de cultivo tem potencial para crescer até 10%.


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