Com novo PAC, licitação de segunda ponte que ligará Brasil e Uruguai é aberta
Executivo avalia que investimentos em grandes obras devem beneficiar a economia do país, mas é necessário fazer aportes em novas tecnologias para promover maior agilidade, eficiência e precisão nos projetos
Com o anúncio do novo PAC do Governo Federal, que trará mais investimentos para o setor de infraestrutura e construção civil, um grande projeto deve ter início. Trata-se da construção da segunda ponte que fará a ligação entre Brasil, pelo Rio Grande do Sul, até o Uruguai. A ponte será construída na BR-116/RS, passando por cima do Rio Jaguarão.
De acordo com Rogério Neves, CEO da CPE Tecnologia, empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia, a verba destinada às grandes construções trará visibilidade aos projetos parados ou que estão há muito tempo no papel, o que deve estimular o crescimento do país a médio e longo prazo. “Obras dessa magnitude atraem muitos olhares de empresas e investidores nacionais e estrangeiros e isso deve movimentar a economia”, diz.
O executivo afirma, porém, ser necessário investir também em tecnologias mais atuais para assegurar a qualidade na execução dessas obras. Segundo estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em junho do ano passado, 38% das máquinas e equipamentos industriais em uso atualmente estão próximos ou já ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal, que em média é de 14 anos.
Essa constatação acende um alerta em relação aos riscos que equipamentos defasados podem trazer, não somente aos negócios, mas também aos operadores dessas máquinas. “Esse cenário é preocupante e deve ser considerado. Na área de geotecnologia, por exemplo, existem hoje no mercado recursos como drones com lasers scanner, ecobatímetros e outras ferramentas que trazem mais precisão no mapeamento e leitura dos dados, mesmo em ambientes fechados e submersos. São equipamentos imprescindíveis”, comenta.
Neves acrescenta ainda que para o caso de pontes, os ecobatímetros são essenciais, por realizarem medições de profundidade para fins de representar o relevo submerso de oceanos, lagos, rios, barragens e represas. “É a representação cartográfica por curvas batimétricas (semelhantes às curvas de nível topográficas). Trata-se de uma ferramenta que realiza medições com objetivo de levantar a topografia do relevo submerso, o que é fundamental para a melhor tomada de decisão em projetos complexos”, destaca.
O CEO finaliza dizendo estar otimista. “O Brasil é um país com dimensões continentais e com muitas oportunidades para a realização de grandes projetos de infraestrutura, construção civil, mobilidade urbana, entre outros. Acredito muito que teremos grandes avanços, refletindo na geração de emprego e renda, mas reforço que os aportes precisam contemplar novos recursos para agilizar as obras e tornar o trabalho dos profissionais ainda mais seguro e eficiente”, completa.