Com orientação e acompanhamento, telefone celular vira aliado na escola

Tecnologia como aliada na formação: escola de Curitiba usa lousa mágica e salas de robótica para crianças se familiarizarem com os recursos digitais. CRÉDITO: José Estevam.

Escola de Curitiba usa tecnologia em técnicas pedagógicas por entender que proibição não combina com a geração que nasceu na era digital 

Os celulares vêm entrando na lista de “itens proibidos” em escolas pelo mundo todo. No Brasil, iniciativas recentes limitaram a entrada do equipamento em instituições em diversos estados. Um movimento que ganha força apoiado em estudos sobre o uso excessivo dos telefones prejudicando o aprendizado e até a saúde mental dos estudantes. A medida extrema, no entanto, não é unanimidade entre educadores ou pais – que buscam uma forma de equilibrar o uso da tecnologia, para que ela seja aliada no desenvolvimento das crianças.

A limitação dos acessos em períodos e espaços específicos tem sido a alternativa para muitas escolas – uma vez que a proibição completa não combina com a realidade de uma geração de alunos que nasceu na era digital. “Nós optamos por orientar pais e alunos e eles tomam a decisão por trazer ou não o aparelho para a escola. Mas definimos regras claras para os momentos em que o telefone pode sair da mochila”, diz Mila Waclawski Da Silva, assessora pedagógica do Colégio Santo Anjo, onde estão matriculados 3 mil alunos em Curitiba.

Como regra geral, os telefones não podem ser usados em sala de aula. No caso dos alunos do Ensino Médio, os aparelhos são liberados somente no intervalo e no horário da saída. Para as crianças até o 6º ano, o item é proibido na escola. 

“A orientação precisa ser combinada entre pais e escolas. Caso tenha alguma situação na escola, a gente notifica os pais por meio de um ‘comunicado disciplinar’, para que eles estejam cientes e nos apoiem na orientação do aluno.”

Recurso pedagógico

A proposta pedagógica da escola, explica a assessora, busca oferecer aos alunos o contato com as tecnologias disponíveis e prepará-los para o uso adequado – trazendo-as como ferramentas pedagógicas. No caso do próprio celular, os estudantes do Ensino Médio têm acesso a um aplicativo pelo qual monitoram sua agenda e as atividades acadêmicas.

Outras tecnologias também fazem parte da rotina da educação em todas as idades. Na pré-escola, por exemplo, as crianças têm aulas quinzenais em uma lousa interativa. No Ensino Fundamental as aulas são na “Sala Maker” – onde podem estruturar e executar projetos e desenvolver conceitos de física e robótica, por exemplo. “Em algumas aulas especiais preparadas pelos professores, como uma ‘caça ao tesouro do conhecimento’, os alunos até mesmo usam o celular para buscar pistas em QR Codes espalhados pela escola. Mas tudo é programado e com acompanhamento de professor, utilizando o equipamento de forma saudável.”

A tecnologia ajuda, inclusive, a romper fronteiras. Neste ano, os alunos do Ensino Médio tem a opção de fazer uma matéria optativa online em parceria com a Full Sail University, com professores da Universidade e alunos de vários lugares do mundo

Confira algumas dicas para garantir o uso saudável da tecnologia

Na escola ou em casa, o uso da tecnologia pode ser um aliado no desenvolvimento das crianças e adolescentes. Mas, para isso, é essencial que os pais acompanhem de perto e orientem os filhos. Listamos 6 dicas para ajudar os pais em como orientar seus filhos:

  1. Faça os combinados com seu filho em relação ao uso do celular em casa e na escola. Deixe claro em que momentos ele pode usá-lo e por quanto tempo.
  2. O diálogo constante e sincero é sempre um bom aliado. Explique para seu filho os perigos que ele pode encontrar na internet, por exemplo;
  3. Pergunte e acompanhe os sites e aplicativos que ele usa. Além de entender os interesses dele, você pode orientá-lo na forma de uso e até adaptá-los para contribuir no desenvolvimento do seu filho;
  4. O ideal é evitar o exagero. Explique para seu filho o motivo das limitações de tempo e faça um acordo claro;
  5. Conheça e use as configurações de privacidade de sites e aplicativos, para ajudá-lo a garantir que seu filho não está vendo conteúdos inapropriados para a idade;
  6. Não permita que seu filho use computador ou smartphone em locais isolados, sem que outras pessoas estejam acompanhando o que ele está fazendo.

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