Aliados de Lula saem em defesa do presidente após críticas dele a Israel perante palestinos

Lula na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia

Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, acusou o ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, de divulgação de fake news sobre o caso

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saíram em defesa dele ao longo deste domingo (18) após as críticas que fez a ações de Israel na guerra contra o Hamas.

O presidente Lula afirmou que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio”, e fez referência às ações do ditador nazista Adolf Hitler contra os judeus.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente Lula, durante a entrevista coletiva que encerrou sua viagem à Etiópia.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse que o ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, “divulga uma fake news”.

“O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terroristas do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil crianças mortas em Gaza. O número de mortos em Gaza está próximo de 30 mil pessoas e 70% destas mortes são de mulheres”, escreveu no X (antigo Twitter).

“Ainda, existem cerca de 10 mil pessoas desaparecidas sob os escombros. Em torno de 1,7 milhão de Palestinos não tem acesso à água potável, comidas e remédios. A comunidade internacional não pode calar diante do massacre de um povo que não pode sofrer um extermínio pelos crimes cometidos por um grupo que deve ser punido pelo que fez. As palavras do presidente Lula sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos!”, complementou.

Gallant disse que “acusar Israel de perpetrar um holocausto é ultrajante e abominável”. “O Brasil está ao lado de Israel há anos. O presidente Lula apoia uma organização terrorista genocida – o Hamas, e ao fazê-lo traz grande vergonha ao seu povo e viola os valores do mundo livre”, acrescentou.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), postou um vídeo de crianças mortas e colocou como legenda: “Cenas que chocam o mundo. Crianças mortas pelo governo Israel. Se isso não for genocídio, é o quê?”

Um dos vice-líderes do governo na Câmara, Alencar Santana (PT-SP) afirmou que Lula “está certíssimo ao denunciar o genocídio da Palestina por meio do massacre promovido pelo Estado de Israel, governado pela extrema-direita e por um sujeito que já declarou várias vezes as intenções de exterminar ou expulsar os palestinos de suas terras para ocupá-las definitivamente, como fazem sistematicamente desde a Nakba de 1948”.

“O mundo não pode permanecer omisso diante dos crimes de Israel, que ultrapassou e muito o seu legítimo direito à defesa e está executando um genocídio”, completou.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu que as palavras do presidente Lula “sobre o extermínio da população de Gaza foram claramente dirigidas ao governo de extrema-direita de Israel, e não aos judeus, ao povo israelense, como tenta manipular Netanyahu”.

“Nada é tão cruel quanto o que vem sofrendo o povo palestino, vítima de uma política de extermínio orientada pelo preconceito e pelo ódio. O governo de extrema-direita de Israel está levando o país ao isolamento internacional e tem recebido a repulsa da civilização. Deveriam se envergonhar de seus crimes contra a humanidade. Parem com o massacre! Sentem-se à mesa para construir a paz, respeitando o direito de todos os povos à soberania e à justiça.”


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