Picasso ou Warhol? Obras podem ser destruídas com ácido se Assange morrer
O artista plástico russo Andrei Molodkin, conhecido por seus protestos, revelou um novo projeto em defesa do fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange.
Molodkin planeja destruir, com ácido, obras-primas de artistas como Pablo Picasso, Rembrandt e Andy Warhol, caso Assange morra na prisão.
Em entrevista à Sky News, o artista russo detalhou o projeto denominado ‘Dead Man’s Switch’ (‘Troca de Homem Morto’, em tradução livre). Molodkin reuniu 16 obras de arte, avaliadas em mais de 45 milhões de dólares, em um cofre de 29 toneladas, contendo uma substância “extremamente corrosiva”.
O cofre possui caixas com as obras de arte e uma bomba pneumática conectada a dois barris: um contendo ácido em pó e outro com um acelerador que pode desencadear uma reação química, transformando o conteúdo em destroços.
Molodkin explicou que, no atual contexto de repressão à liberdade de expressão e informação desde a prisão de Assange, destruir a arte tornou-se mais tabu do que tirar a vida de uma pessoa.
O conteúdo do cofre inclui obras do próprio Molodkin, assim como peças de Picasso, Rembrandt, Warhol, Jasper Johns, Jannis Kounellis, Robert Rauschenberg, Sarah Lucas, Santiago Sierra, e Jake Chapman, entre outros.
O cofre, atualmente no estúdio de Molodkin no sul da França, será fechado na sexta-feira, com o objetivo de transferi-lo para um museu. O projeto inclui um temporizador de 24 horas, que deve ser reiniciado diariamente por alguém próximo de Assange para evitar a liberação do material corrosivo.
Se Assange for libertado, as obras de arte serão devolvidas aos proprietários. O projeto conta com o apoio da mulher de Assange, Stella, que destaca que os verdadeiros alvos são o direito do público à informação e o futuro da responsabilização do poder. Assange enfrenta extradição para os EUA por acusações de espionagem relacionadas à divulgação de documentos militares e diplomáticos. Ele está detido na prisão de Belmarsh, em Londres.