Palmeiras supera Flamengo como time que melhor contrata no Brasil; veja destaques
Com o vai e vem de jogadores no início do ano, sempre surge a dúvida: qual clube brasileiro contrata melhor? O novo levantamento do Torcedores.com traz a resposta para essa pergunta: o Palmeiras. Além dos resultados conquistados dentro de campo, a estratégia do clube no mercado de transferências faz a diferença.
Para o levantamento, foram analisadas as transferências de jogadores de 19 clubes do futebol brasileiro, que aconteceram entre as temporadas de 2019 e 2023. O site Transfermarkt serviu de referência quanto aos valores. Já as chegadas e as saídas de atletas foram rechecadas no site O Gol e no Wikipedia. Os clubes analisados foram Athlético, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Guarani, Internacional, Palmeiras, RB Bragantino, Santos, São Paulo, Sport e Vasco.
Retorno esportivo
Um dos principais indicativos que apontam quais clubes contratam melhor é o retorno esportivo que eles obtêm com os jogadores contratados. Quem consegue melhores resultados em campo, contrata melhor. Quem consegue esses melhores resultados gastando menos por isso, contrata melhor ainda.
Neste sentido, o Palmeiras supera o Flamengo com larga vantagem. Nas últimas cinco temporadas, os dois clubes vivem uma verdadeira guerra para decidir quem é o melhor, empilhando os principais troféus nacionais e continentais. E o resultado é praticamente igual. Enquanto o Palmeiras conquistou dois títulos nacionais, três estaduais, uma Copa do Brasil, uma Supercopa e uma Recopa, o Flamengo tem os mesmos títulos – apenas uma Supercopa a mais.
O que diferencia os dois é o fator econômico: enquanto o clube palestrino gastou €83,58 milhões em contratações, dando R$451,3 milhões na cotação atual, o rubro negro gastou €160,75 milhões, desembolsando cerca de R$868 milhões. Dentro de campo, o Flamengo gastou cerca de €213,2 mil (R$1,15 milhão) por ponto conquistado, enquanto os do Palmeiras custaram €117,2 mil (R$632,8 mil). O time comandado por Abel Ferreira saiu 1,9 vezes mais barato e acabou conquistando os mesmos títulos.
Atlético Mineiro e Athlético Paranaense vivem uma situação muito parecida. Conquistando uma Sul-Americana, uma Copa do Brasil e três estaduais entre 2019 e 2023, o Furacão teve €30,5 milhões (R$164,7 milhões) de despesas em contratações. Ao mesmo tempo, o Galo conquistou um brasileiro, uma Copa do Brasil e quatro estaduais, mas gastou 2,1 vezes mais com €64,27 milhões em contratações, cerca de R$347 milhões. Dentro de campo, enquanto o Atlético gastava €99,9 mil (R$539,4 mil) por ponto ganho, o Athlético usou €52,3 mil (R$282,4 mil).
Em contraste aos quatro times que ganharam uma boa quantidade de títulos em cinco anos, São Paulo, Corinthians e Santos não tiveram o mesmo rendimento. Apesar da conquista do Paulista em 2020 e da Copa do Brasil na temporada passada, o São Paulo gastou €45,9 milhões em contratações, valor que valeria cerca de R$247,8 milhões. Isso faz com que os pontos conquistados pelo Tricolor custem €83,1 mil (R$448,7 mil). Já o Corinthians conquistou apenas um Paulista e gastou €39,7 milhões, cerca de R$214,3 milhões. Isso fez com que cada ponto conquistado pelo Timão custasse €77,2 mil, cerca de R$416,8 mil.
O Santos vive a pior das situações. Além de não ter ganho nenhum título em cinco temporadas, a última terminou com o primeiro rebaixamento no campeonato nacional da história do clube. Gastando €40,9 milhões em reforços, cerca de R$220,8 milhões, o Peixe fez com que cada ponto conquistado valesse €87,1 mil (R$470,3 mil).
Retorno financeiro
Além dos títulos, a contratação pode representar para um clube retorno financeiro direto, principalmente com a revenda do jogador contratado. Neste aspecto, novamente o Palmeiras tem desempenho melhor que o Flamengo. No caso palestrino, as vendas de Danilo para o Nottingham Forest, Matías Viña para a Roma e Arthur para o Zenit geraram o total de €48 milhões para os cofres do clube, arrecadando R$259,2 milhões para os cofres. Ao todo, foram €74,2 milhões ganhos apenas com as vendas das peças que chegaram e saíram entre 2019 e 2023. Trazendo para o real, foram recuperados cerca de R$401 milhões. Já Gerson e Pablo Marí aparecem gerando 56,5% dos €46,9 milhões (R$253,2 milhões) ao clube rubro-negro com as vendas. Em linhas gerais, o Palmeiras conseguiu ganhar 1,5 vezes a mais com as vendas de seus jogadores, gastando 1,9 vezes menos que o Flamengo.
Outro destaque na parte de revendas foi o Athlético Paranaense. Além de Vitor Roque, que foi vendido por €40 milhões (R$216 milhões) ao Barcelona, Robson Bambu foi vendido por €8 milhões (R$43,2 milhões) ao Nice. No total, foram arrecadados €66,7 milhões apenas com a venda dos jogadores, gerando cerca de R$360,1 milhões para os cofres do Furacão. A diferença para o Galo na parte de ganhos com revendas é menor do que a de gastos, já que os mineiros também conseguiram aproximadamente €47,6 milhões com as revendas, o que daria R$257,4 milhões. Porém, a comparação com outros times que tiveram gastos parecidos fica bem desigual: os paranaenses ganharam 6,3 vezes mais que o São Paulo, 4,5 vezes mais que o Grêmio, 3,9 vezes mais que o Santos e 2,6 vezes mais que o Corinthians.
Melhores revendas
O mercado de transferências está muito ligado a oportunidades de mercado. Por isso, se um time consegue contratar mais barato e vender por mais caro, se dá melhor. Nesse caso, o Atlético Paranaense se destaca com dois jogadores no ranking dos que deram mais lucro com suas revendas. No topo da lista, Vitor Roque foi comprado por €4,7 milhões (R$25,3 milhões) e vendido por €40 milhões (R$216 milhões), gerando um lucro de €35,3 milhões (R$190,6 milhões). Robson Bambu aparece em oitavo no ranking pois foi adquirido por €850 mil e foi embora valendo €8 milhões.
Palmeiras e Flamengo também aparecem com duas revendas no ranking: Danilo e Arthur geraram juntos €29,9 milhões (R$145,2 milhões) para os paulistas e Pablo Mari e Gerson geraram €19,8 milhões (R$106,9 milhões) aos cariocas.
Quando o jogador chega ao time de graça e consegue ser vendido por valores bons é ainda melhor para o time e para o atleta por ter seu trabalho valorizado. Yuri Alberto e Róger Guedes são as peças do ranking que chegaram de graça e saíram por €25 milhões (R$135 milhões) e €9,1 milhões (R$49,1 milhões) respectivamente.
Confira o ranking de melhores revendas (2019-2023):
Vitor Roque (Athlético): lucro de €35,3 milhões (R$190,6 milhões)
Yuri Alberto (Internacional): lucro de €25 milhões (R$135 milhões)
Danilo (Palmeiras): lucro de €19,9 milhões (R$107,4 milhões)
Mari (Flamengo): lucro de €12,3 milhões (R$66,4 milhões)
Jeffinho (Botafogo): lucro de €9,7 milhões (R$52,3 milhões)
Róger Guedes (Corinthians): lucro de €9,1 milhões (R$49,1 milhões)
Gerson (Flamengo): lucro de €7,5 milhões (R$40,5 milhões)
Robson Bambu (Athlético): lucro de €7,1 milhões (38,3 milhões)
Arthur (Palmeiras): lucro de €7 milhões (R$37,8 milhões)
Matheus Henrique (Grêmio): lucro de €6,8 milhões (R$36,7 milhões)
