A importância de celebrar a cultura: Projeto “São Paulo 470 Anos”

Por Celeste Leite dos Santos e Vera Simões

No dia 25 de janeiro a cidade de São Paulo completará 470 Anos. Um conjunto de ações em diferentes regiões da cidade serão desenvolvidas com a curadoria de Vera Simões (Galeria Verarte) e  parceria do Instituto Pró Vítima.

Na visão do Instituto Pró Vítima é necessário o incentivo a ações culturais como forma de retratar a resiliência coletiva de forma transformativa. Refletir sobre os distintos bairros de São Paulo e a sua população permitem lançar um novo olhar sobre o futuro – futuro este que depende do desenvolvimento de políticas públicas e sociais preventivas, de apoio e desvitimização.

A segurança pública, um dos principais problemas que afeta o povo paulistano, não pode ser construída somente a partir de um viés repressivo. A própria Constituição Federal em seu art. 144 reconhece a insuficiência do aparato estatal para fazer frente às inúmeras e complexas demandas sociais que se apresentam.

O instituto possui como antecedentes os Projetos Avarc- Acolhimento de Vítimas, Análise e Resolução de Conflitos no bojo do Ministério Público de São Paulo, Projeto Higia Mente Saudável e Memorial Avarc às Vítimas na COVID-19 no Parque do Carmo. O Instituto Pró Vítima consolida as discussões ocorridas no Grupo de Trabalho do Estatuto da Vítima no Congresso Nacional em 2022 e apresenta um viés propositivo de integração entre os setores público e privado, fomentando a criação de políticas transformativas de combate a violência.

​Uma homenagem a alguns dos bairros da cidade será realizada sob o olhar de 16 artistas, que buscarão retratar a sua essência por meio de memórias afetivas, históricas e culturais da maior capital da América Latina. O bairro da Bela Vista, por exemplo, conta com o olhar de Lafaiete Papaino, na obra “Do Bixiga a Bela Vista. Uma história de resistência e liberdade”. A partir de sua bacia hidrográfica representada pelos Riachos Saracusa Maior e Menor (Avenida Nove de Julho), Riacho do Itororó (Avenida 23 de maio) e Córrego de Bixiga (casa de Iaiá), foi iniciada a ocupação da área do Sítio do Bixiga. Os povos originários (Tupinambás) foram seus primeiros moradores, seguidos de pessoas escravizadas que fundaram o primeiro Quilombo urbano do país, fugitivos portugueses, imigrantes italianos, pessoas do nordeste do país, refugiados palestinos e afegãos. As religiões de Matriz Africana, Católica, Israelita, Muçulmana e todas as demais, estão representadas em suas festas e no dia a dia de seus moradores. Bela Vista da Várzea do Rio Anhembi (atual Tietê) foi o nome eleito para consolidar a área, oficializando-se a região. Trata-se, portanto, de um bairro de lutas e principalmente conquista da liberdade e de uma vida melhor. Inúmeros movimentos de vanguarda cultural e resistência à conquista de direitos foram oriundos da região, podendo-se apontar o movimento de mulheres pela conquista do direito ao uso de calças compridas, dentre outros.

As obras estarão expostas no Hall Monumental da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo de 23 a 30 de janeiro, através da propositura da exposição idealizada pela curadora Vera Simões e conta com a iniciativa da deputada Beth Sahão na Casa Legislativa, uma das autoras do projeto de igualdade plena de homens e mulheres (PL 130-2016) iniciativa que o Instituto espera que seja incluída como uma das pautas prioritárias de aprovação em 2024. Ainda estarão retratadas na fachada do Conjunto Nacional – com banners gigantes e no piso térreo a exposição das obras em totens.

No dia 25 de janeiro será a vez do lançamento do livro: São Paulo 470 anos na livraria cultura no Conjunto Nacional, a partir das 16h. A obra irá retratar a visão das diferentes pessoas da cidade. Dentre as autoridades destaca-se a participação do Prefeito Ricardo Nunes, o Senador Randolfe Rodrigues, o Embaixador do Instituto Pró Vítima Fernando José da Costa, os deputados estaduais Alex Madureira, Emidio Souza e Beth Sahão, o juiz de direito Rodrigo Tellini, a professora da PUC-SP Maria Celeste Cordeiro Leite dos Santos, os conselheiros do Instituto Pró Vítima Luciana Sabatine Neves e Luciano Barbosa, as promotoras de justiça Lucia Nunes Bromerckenkel e Celeste Leite dos Santos, os advogados Thomas Law e Fabio Rivelli.

Celeste Leite dos Santos

Promotora de Justiça oficiante no Colégio Recursal dos Juizados Especiais de São Paulo, membro do Movimento do Ministério Público Democrático (MPD), Presidente do Instituto Pró Vítima (protima.org), Doutora em Direito Civil pela USP, Mestre em Direito Penal pela PUC-SP, especialista em interesses difusos e coletivos pela ESMP e em direito penal econômico pela Universidade de Coimbra, idealizadora do Estatuto da Vítima, da lei distrital que institui o Programa Avarc, da lei de igualdade plena entre homens e mulheres (PL Estadual 130-2016), da lei de importunação sexual, uma das idealizadoras do Projeto Defenda-se e idealizadora do projeto Infovitimas Brasil (infovictims.com).

Vera Simões

Bacharel em Comunicação Social, pós-graduada em marketing cultural, curadora e marchand de projetos da Galeria Vera Arte, com ênfase em arte contemporânea. Embaixadora do Instituto Pró Vítima. Criou os Salões de Arte Plásticas, como o Salão Comemorativo de São Paulo e o Salão Universo Feminino. Coordenou a feira da Daslu por quatro anos. Idealizadora do projeto São Paulo 470 Anos.


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