Investigações da PF sobre denúncias a Bolsonaro entram na reta final

A especificação dos tipos penais de cada crime cometido, no entanto, será conhecida apenas depois que todas as linhas de investigação relacionadas ao ex-presidente forem esgotadas. O indiciamento é o ato em que a autoridade policial atribui a prática de um crime a um investigado

As investigações que assombram o futuro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entre eles as mentiras disseminadas ao longo do mandato pelas milícias digitais e o furto de joias de alto valor, estão em fase final. A Polícia Federal (PF) está na fase final dos inquéritos e, na avaliação dos investigadores, está comprovada a existência de elementos suficientes para indiciá-lo

A especificação dos tipos penais de cada crime cometido, no entanto, será conhecida apenas depois que todas as linhas de investigação relacionadas ao ex-presidente forem esgotadas. O indiciamento é o ato em que a autoridade policial atribui a prática de um crime a um investigado.

Posteriormente, o caso seguirá para o procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, para avaliação e possível apresentação de denúncia contra Bolsonaro e seus aliados. A expectativa dos investigadores é que, com a mudança na liderança da PGR, o novo titular dê andamento às investigações e apresente denúncias ao Judiciário, após receber o material produzido pela PF.

Prisão

Uma vez declarado réu perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e com os processos devidamente distribuídos, Bolsonaro terá tempo suficiente para construir sua defesa. Apesar de ter sido condenado à inelegibilidade, na Justiça Eleitoral, as investigações da PF ocorrem dessa vez no âmbito criminal. Uma eventual condenação criminal poderia resultar na prisão de Bolsonaro, conforme a gravidade da pena.

A PF considera que os fatos sob investigação relacionados a Bolsonaro estão interligados e, por isso, devem ser concluídos em conjunto. Os investigadores finalizam a análise de materiais apreendidos, como celulares, e as investigações relacionadas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, que revelou a participação de Bolsonaro em um plano golpista após as eleições do ano passado.

Essa tentativa de golpe de Estado, conforme os inquéritos em andamento, está ligada à atuação das milícias digitais que atacaram as instituições democráticas nos últimos quatro anos; entre outros fatos.

Milícias

Os inquéritos sobre a disseminação de notícias falsas e a manutenção de milícias digitais abordam diferentes áreas de investigação, incluindo desvio de joias para venda no exterior e fraudes nos certificados de vacinação. Os investigadores identificam uma conexão entre esses delitos e a organização criminosa montada para atacar as instituições democráticas.

As milícias digitais também teriam visado obter vantagens indevidas do Estado brasileiro, segundo a PF. A definição dos crimes imputados ao ex-chefe do Executivo será realizada ao término dessas investigações. Embora houvesse a expectativa de encerramento até o fim deste ano, o extenso volume de provas atrasou o processo.

Bolsonaro instruiu sua defesa para negar qualquer envolvimento em tentativas de golpe ou quaisquer outros delitos.


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