INCA estima 1,6 mil novos casos de câncer ginecológico no Paraná, em 2024

Segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer são esperados 1.690 novos diagnósticos de câncer ginecológico ao longo de 2024, no Paraná. Os dados apontam para 790 casos de tumores de colo de útero, 480 de corpo de útero e 420 de ovários. O INCA não especifica os casos de tumores de vulva e de endométrio para o período.

Se considerar todos os tipos de tumores, a estimativa é de 704 mil novos casos de câncer no país ao ano e a região Sul e Sudeste concentram 70% dos quadros. Os tumores de colo de útero são o terceiro tipo mais incidente entre as mulheres, sendo estimados 17 mil novos diagnósticos ao ano, em todo o país.


 Nem todos os tipos de câncer podem ser prevenidos. O oncologista do Instituto de Cirurgia Robótica do Paraná (ICRP), Reitan Ribeiro, explica que os tumores do colo de útero são os mais fáceis de prevenir. “O principal método neste caso é realizar as consultas de rotina com o médico ginecologista e o exame papanicolau, que aponta possíveis lesões de forma precoce o que permite evitar que se tornem tumores malignos”.

A exposição precoce a mais de um tipo de papilomavírus humano (HPV) é provavelmente uma das principais causas do surgimento de câncer ginecológico em mulheres jovens.

Ainda segundo o especialista, o tratamento indicado vai depender sempre do grau de evolução da doença e das características individuais de cada paciente. “A detecção precoce é sempre a melhor alternativa e aumenta as chances de cura. A cirurgia é mais indicada para a remoção de lesões no útero, ovários e endométrio, com o objetivo de retirar as células cancerígenas. Pacientes diagnosticadas com câncer de vulva ou vaginal, a radioterapia e a quimioterapia podem ser orientados como tratamento inicial”, ressalta.

A cirurgia de retirada do útero é chamada de histerectomia, indicada na maioria dos casos de câncer ginecológico; é um tratamento seguro e eficaz – desde que seja bem indicado e realizado por um cirurgião experiente e capacitado.

Com a tecnologia da plataforma robótica essa cirurgia pode ser realizada de forma minimamente invasiva e com uma série de vantagens ao paciente. “Ressaltamos principalmente a maior segurança e a precisão, além da preservação nervosa da área operada, mantendo a função sexual e o controle da micção em suas formas ideais.

TRANSPOSIÇÃO UTERINA – Reitan Ribeiro é o idealizador da técnica cirúrgica de transposição uterina, que tem como principal objetivo preservar a fertilidade da mulher que precisa de radioterapia para o tratamento de um câncer pélvico, que não afete os órgãos reprodutivos, como tumores no reto, intestino ou vagina e casos de sarcomas, que são tumores malignos em tecidos moles, como os músculos, gorduras e tendões.

“O tratamento com a radioterapia, que tem como objetivo destruir as células cancerígenas na pelve, pode atingir os óvulos femininos quando é realizada na região pélvica, tornando a mulher infértil. A técnica de transposição uterina tem o objetivo de proteger os órgãos reprodutivos”, explica o cirurgião.

Reitan brasileiro apresentou recentemente aulas para a Sociedade Internacional de Ginecologia Oncológica e Sociedade Europeia de Ginecologia Oncológica durante um webinar dessas entidades.


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