Em 6 de dezembro, comemora-se em muitos países da Europa o dia de São Nicolau: o bom velhinho trajado de bispo e de longas barbas brancas que traz chocolates e presentes aos que se comportaram bem durante o ano.O dia 6 de dezembro do ano de 350 é a data da morte de um bispo que ficou conhecido por sua caridade e afinidade com as crianças. Devido a sua imensa generosidade e aos milagres que lhe foram atribuídos, foi santificado pela Igreja Católica e tornou-se um símbolo ligado diretamente ao nascimento do Menino Jesus. São Nicolau é atualmente um dos santos mais conhecidos da cristandade.

Diferentemente do que se imagina, este ícone de bondade é considerado pelo catolicismo o verdadeiro Papai Noel. Sem barriga rechonchuda nem roupa vermelha ou botas pretas, o bom velhinho de natais passados era alto, esbelto, vestia um tipo de batina branca e usava mitra, comuns aos bispos de sua época.

São Nicolau, salvador e padroeiro

Nascido na Turquia, na cidade de Demre, antigamente conhecida como Myra, Nicolau é personagem de diversas lendas. Ele teria sido ordenado bispo aos 19 anos de idade e toda sua riqueza teria sido doada aos pobres.

Certo dia, ele teria ajudado um pai que não podia casar suas filhas porque lhes faltava um dote. Durante três noites seguidas, Nicolau jogou pepitas de ouro nos quartos das garotas, até que elas conseguiram bons casamentos. Com o passar do tempo, as pepitas teriam se transformado em maçãs de ouro.

São Nicolau é visto como um salvador e padroeiro ou, até mesmo, como um protetor contra os perigos do mar. Por esse motivo, em muitas cidades costeiras ainda se encontram igrejas que levam seu nome. Só na Inglaterra existem mais de 400 e em Roma, mais de 60.

Histórias e lendas

A ilha alemã de Borkum, no Mar Báltico, tem uma tradição singular. É o “tio Nicolau” (em dialeto plattdeutsch, Klaasohm), que perambula pela ilha na noite de 5 para 6 de dezembro para surrar, com um grande chifre de vaca, o traseiro de jovens mulheres.

Para que nenhuma delas seja esquecida, há seis “tios Nicolau”, fantasiados com uma enorme máscara feita com pêlo de ovelha, um nariz vermelho e um rabo de vaca. Às crianças, distribuem doces; bebem aguardente com os homens e dançam sobre as mesas nos bares.

Para salientar a importância desta tradição, basta citar que os jovens da ilha já acertam os detalhes da ação vários meses antes, pela internet. Este antigo costume herdado dos tempos dos pescadores de baleias tem tanta relação com o clássico São Nicolau europeu quanto um pescador de baleias da Frísia Oriental tem a ver com um bispo da Ásia Menor do século 4º – isto é, quase nada.

Nomes diferentes em países vizinhos

Na vizinha Holanda, o bom velhinho é chamado Sinterklaas. Ele e seu ajudante, o mouro Zwarte Piet, moram na Espanha, de onde observam o que as crianças holandesas fazem durante o ano. Em meados de novembro, a chegada deles, de navio, à Holanda, é transmitida ao vivo pela televisão. Depois, eles prosseguem viagem por todo o país. O dia 6 de dezembro é o dia da troca de presentes na Holanda.

Sinterklaas vem em roupas de bispo e o Zwarte Piet normalmente é uma pessoa branca pintada de preto. Em vez de cholocates, as crianças que não se comportaram bem, apanham com a vara do Zwarte Piet. Conta-se até que algumas crianças bem desobedientes já teriam sido levadas no saco de Sinterklaas e levadas para a Espanha.

Na Alemanha, o ajudante de São Nicolau chama-se Knecht Ruprecht (o criado Ruprecht); na Suíça, o ajudante do Samichlaus é chamado de Schmutzli; e na Áustria, Krampli. Com suas varas, correntes e chicotes, eles são o oposto da figura generosa e simpática do bom velhinho. Sua origem remonta ao final da Idade Média, quando panfletos com “comedores de criancinhas” advertiam para a importância da religiosidade e do temor a Deus.

Joulupukki é o nome do bom velhinho na Finlândia. Ele vem da Lapônia e no dia 6 de dezembro distribui presentes. Há quem veja em seu saco de presentes e em sua vara antigos símbolos da fertilidade masculina.

São Nicolau x Papai Noel

Desde 1931, o atual gordinho de roupas vermelhas tem disputado o lugar do velhinho de vestes brancas. Tudo começou quando a Coca-Cola lançou uma propaganda com a nova versão de Santa Claus.

O cartunista americano Thomas Nast foi o criador do atual Papai Noel, que na época apareceu nas telas da televisão oferecendo uma garrafa de refrigerante para uma garotinha.


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