Eficiência operacional para startups
Por Luiz Fernando Dias Guedes
2023 ainda não terminou, mas deixará muitas lições aprendidas para o mercado brasileiro em especial. Herança de 2022, o tema eficiência esteve em pauta nas principais apresentações e propostas de valor das companhias no Brasil internacionalmente. A ressignificação de múltiplos de valuation, a alta de juros norte americana, instabilidade politica mundo a fora no pós pandemia tracionaram o mercado a ter uma nova leitura de o que considerar Growth / Lucro futuro.
Lá em Janeiro, a NRF A National Retail Federation, a maior associação de comércio varejista do mundo, já trazia um tema que se ampliaria em eventos menores ao longo do ano. “Fazer o básico bem feito” ou “Fazer mais com menos”, crescer com responsabilidade, o cashburn ( indicador que aponta quanto capital é consumido em um período, descontando a receita da startup) super aceitável por anos se tornou, como num passe de magica, a não ter mais sentido.
Meses a fio presenciei discussões sobre eficiência que trouxeram alguns insights importantes. Por exemplo, Eficiência não é um Milestone, que ao ser conquistado deve-se comemorar, mas sim uma estrada sem fim, numa direção muitas vezes dúbias, com retornos, bifurcações e paradas obrigatórias para calibragem.
Outro aprendizado importante é quem não sabe lidar com o erro não inova. Quem nunca ouviu “Só não erra quem não tenta” na prática mais importante que errar, ajustar rápido a rota, tem sido aprender com o erro e, acima de tudo, lidar bem com ele. As equipes se sentem mais fortes quando sabem que estão juntas no sucesso e no erro. Como você trata alguém do seu time que arriscou e errou? – com a licença poética de se monitorar e ter clareza do objetivo por trás desta ação. “Eu não falhei. Apenas descobri 10 mil maneiras que não funcionam. Thomas Edison”.
Colaboração é um dos pontos que mais deve ser reforçado na cultura de qualquer empresa. Ser eficiente é fazer mais com menos, ou fazer melhor com os mesmos recursos, as chances de acerto se tornam mais prováveis quando mais pessoas pensam e colaboram juntas, com visões diversas e complementares, com a mesma agenda. Já vi alguns gestores dividindo equipe e promovendo conflitos em discussões como “Quem nasceu primeiro, o ovo ou o dinossauro?” (Sim, aposentaram a galinha neste exemplo…)
Na prática, sabemos que a eficiência operacional é um fator crítico para o sucesso de qualquer empresa, incluindo startups. Não só o sucesso, mas a própria sobrevivência da empresa no mercado, na medida em que ela se refere à capacidade de uma organização utilizar seus recursos de maneira eficaz para alcançar seus objetivos.
A conclusão é que a eficiência está muito ligada a um processo continuo de melhoria, boa gestão de riscos, erros e unidade, com colaboração numa mesma agenda, é no que acreditamos por aqui.
Luiz Fernando Dias Guedes possui MBA em gestão estratégica de comércio eletrônico e especialização em mobile marketing pela Fundação Getúlio Vargas, é sócio Fundador e COO da CRM&BONUS, maior empresa de bonificação e cashback do mundo, investida pelo Softbank e Riverwood avaliada em 2021 em R$1 BI.