Multidão marcha contra o antissemitismo em Paris; ausência de Macron é criticada

Dezenas de milhares de pessoas participam, em Paris, no domingo (12), da “grande marcha cívica” contra o antissemitismo. Grande parte da classe política francesa, incluindo a extrema direita, participam do evento. O presidente Emmanuel Macron e representantes da oposição radical de esquerda não estiveram presentes.

“Pela República, contra o antissemitismo”: atrás de uma faixa que repetia o slogan desta manifestação, os principais representantes da política francesa saíram, em procissão, por volta das 15h10 (11h10 no horário de Brasília) da praça em frente à Assembleia Nacional.

Estavam presentes os presidentes da Assembleia Legislativa e do Senado, Yaël Braun-Pivet e Gérard Larcher, bem como a Primeira-Ministra Elisabeth Borne, os antigos presidentes Nicolas Sarkozy e François Hollande, e o presidente do Crif (Conselho Representativo de Instituições Judaicas da França), Yonathan Arfi. Representantes de religiões, ex-chefes de governo e diversos ministros também estiveram na marcha.

A Esplanada dos Invalides ficou lotada, enquanto as estações de metrô e ruas adjacentes ficaram congestionadas, demonstrando a adesão do público ao chamado do governo francês.

“Não pensei que um dia teria que me manifestar contra o antissemitismo”, disse à AFP Johanna, 46 anos, secretária médica em Seine-Saint-Denis, que veio “pela única razão de não ter medo de ser judia”. A França tem a maior comunidade judaica da Europa, com mais de 500.000 pessoas.

“Nossa agenda é a República”, resumiu o presidente do Senado Gérard Larcher, apelando aos cidadãos diante da explosão no número de atos hostis aos judeus desde os massacres do Hamas em Israel em 7 de outubro e a massiva campanha militar israelense na Faixa de Gaza que se seguiu.

Esta é uma causa pela qual “todos deveriam se preocupar”, julgou o rabino-chefe da França, Haïm Korsia, na Rádio J, lamentando que o assunto tenha se transformado em briga política, “uma vergonha”, segundo ele.

Já a primeira-ministra Élisabeth Borne publicou um tweet na manhã de domingo criticando o partido de esquerda radical, La France Insoumise (LFI), e a participação do partido de extrema direita, o Rassemblement National (RN): “Em breve marcharei pelos valores da República e contra o antissemitismo, porque esta luta é vital para a nossa coesão nacional. Posturas não têm lugar neste momento sério. A ausência da France Insoumise fala por si. A presença do Rassemblement National não engana ninguém”.


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