União Europeia aprova abertura de negociações para adesão da Ucrânia ao bloco

A Comissão Europeia deu aprovou na quarta-feira (8) a abertura das negociações de adesão à União Europeia (UE) com a Moldávia e a Ucrânia, um gesto aguardado com ansiedade por Kiev, em guerra há quase dois anos com a Rússia.

“Hoje é um dia histórico”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao anunciar à imprensa o parecer favorável, que será submetido à decisão dos 27 países do bloco numa cúpula em dezembro, em Bruxelas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou a “boa” decisão tomada pela Comissão Europeia. “O nosso Estado deve estar na UE. Os ucranianos merecem”, sublinhou. Em um post no X, antigo Twitter, ele afirmou que este era um passo histórico “no caminho de uma Europa forte, com a Ucrânia entre seus membros”.

Já seu primeiro-ministro, Denys Chmygal,  comprometeu-se a tornar a Ucrânia um membro “igual” e “forte” da UE.

Em junho de 2022, a UE concedeu a condição de país candidato à Ucrânia, num gesto altamente simbólico poucos meses após o início da invasão russa, bem como a vizinha Moldávia.

Para passar à fase seguinte, isso é,  abertura das negociações de adesão, a Comissão Europeia definiu sete critérios de referência para Kiev, que são condições a cumprir, especialmente em termos de luta contra a corrupção generalizada e de reformas judiciais.

A Ucrânia continua a enfrentar enormes dificuldades e a tragédia causada pela guerra de agressão da Rússia”, sublinhou Ursula von der Leyen, acrescentando que, apesar destas dificuldades, a Ucrânia continuou a se reformar “em profundidade” com o objetivo de aderir à UE.

A Ucrânia aguardava impacientemente pela aprovação de Bruxelas. Neste momento, a contraofensiva de Kiev está estagnada e a guerra entre Israel e o Hamas centraliza a atenção dos seus aliados.   

Longas e difíceis negociações 

Mas este parecer favorável de Bruxelas ainda está longe de ser o fim do caminho para a Ucrânia e para os outros países candidatos beneficiados por este relatório sobre o alargamento da Comissão Europeia, tornado público nesta quarta-feira.

Se os países-membros aprovarem o parecer da Comissão em Dezembro, a Ucrânia vai se juntar a uma lista de outros países europeus que iniciaram negociações com a UE, alguns dos quais, como a Turquia, aguardam há muitos anos. As negociações entre a UE e Ancara foram abertas em 2005 – mas estão congeladas desde 2018.

A expansão da família europeia para Leste é, no entanto, considerada por vários países como um elemento fundamental de segurança na Europa diante das ambições russas.

A Moldávia, um pequeno país de língua romena entre os mais pobres da Europa que denuncia regularmente tentativas de desestabilização da Rússia, também obteve um parecer favorável da Comissão para a abertura de negociações de adesão.

O país “empreendeu reformas significativas, apesar dos constantes esforços destinados a desestabilizar a sua democracia”, sublinhou von der Leyen.

A Geórgia, parcialmente ocupada pelo exército russo desde 2008, não foi esquecida e obtém, sob certas condições, a condição de país candidato à adesão, que tinha sido recusado em 2022.

“Me alegro com o povo georgiano e saúdo a recomendação positiva da Comissão Europeia”, reagiu imediatamente a presidente pró-Ocidente da Geórgia, Salomé Zourabichvili. Tbilisi terá, no entanto, de empreender “reformas importantes”, correspondendo “às aspirações da esmagadora maioria dos seus cidadãos de aderir à UE”, advertiu von der Leyen.

Por último, a Comissão Europeia fez também um gesto em relação à Bósnia, país candidato à adesão, ao mostrar-se a favor da abertura de negociações de adesão com este país dos Balcãs, ainda profundamente dividido, uma vez que sejam registrados alguns progressos.

“Abrimos bem a porta”, mas agora esperamos resultados, sublinhou a presidente da Comissão Europeia.

Independente da decisão dos 27 países do bloco, o processo será difícil para todos. Uma possível entrada da Ucrânia, um país com mais de 40 milhões de habitantes, na UE, sublinhará muitas dificuldades, a começar pelo financiamento.

A UE também terá de se reformar para poder trabalhar com mais países, acreditam vários Estados-membros, incluindo a França e a Alemanha. E será absolutamente necessário fazer isso ao mesmo tempo que este novo alargamento, alertou a presidente da Comissão Europeia em setembro.


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