19 de setembro de 2024

China e Rússia atacam EUA em fórum militar chinês

Autoridades de defesa chinesas e russas criticaram os Estados Unidos em um fórum de segurança em Pequim nesta segunda-feira, mesmo com o segundo mais importante comandante militar da China prometendo aumentar os laços de defesa com Washington.

A falta de comunicações regulares entre as Forças Armadas dos EUA e da China têm sido uma preocupação para Washington, à medida que as tensões aumentam em relação a várias questões e devido aos riscos de um confronto acidental no Mar do Sul da China ou próximo a Taiwan.

O Fórum Xiangshan, a maior demonstração anual de diplomacia militar da China, começou no domingo sem um ministro da Defesa chinês, que normalmente é o anfitrião do evento, mas incluindo uma delegação dos EUA.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, advertiu o Ocidente de que seu envolvimento na guerra da Ucrânia criou um grave perigo.

“A linha ocidental de escalada constante do conflito com a Rússia traz a ameaça de um confronto militar direto entre potências nucleares, que está repleto de consequências catastróficas”, a agência de notícias estatal russa Tass citou Shoigu como tendo dito no fórum.

Shoigu disse que o Ocidente pretendia infligir uma “derrota estratégica” à Rússia no que ele chamou de “guerra híbrida” e elogiou as relações Rússia-China como “exemplares”, informou a mídia estatal russa.

Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central da China, somente abaixo do presidente Xi Jinping, fez críticas veladas aos EUA e seus aliados, acusando “alguns países” de tentar minar o governo chinês.

Mas Zhang também enfatizou a necessidade de melhorar os laços militares com os EUA.

“Aprofundaremos a cooperação e a coordenação estratégicas com a Rússia e estamos dispostos a, com base no respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação ganha-ganha, desenvolver laços militares com os EUA”, disse Zhang em um discurso observado de perto por autoridades militares e diplomatas.

Zhang conversou com Shoigu nos bastidores do fórum, informou a mídia estatal chinesa Xinhua.

Nos anos anteriores, o ministro da Defesa da China fez o discurso principal do fórum, mas Li Shangfu foi demitido do cargo na semana passada sem explicações e ainda não foi nomeado um substituto.

A Reuters informou no mês passado que Li, que está desaparecido há dois meses, estava sendo investigado por corrupção.

A China e os EUA não têm mantido comunicações militares de alto nível entre si desde que Li, sancionado por Washington, foi nomeado em março.

O Departamento de Defesa dos EUA enviou uma delegação liderada por Cynthia Xanthi Carras, diretora nacional para China no Gabinete do Subsecretário de Defesa.

Carras teve uma breve conversa com o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, no fórum, informou uma conta de rede social afiliada à emissora estatal CCTV.

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