Apreensão de R$ 3,2 milhões pela PF em sacos de lixo não tem relação com governo Lula
Conteúdo investigado: Publicação nas redes sociais relaciona ação da Polícia Federal (PF), que apreendeu R$ 3,2 milhões dentro de sacos de lixo, e o governo Lula. O vídeo mostra imagens de agentes da corporação com bolos de dinheiro enquanto fazem buscas em um imóvel. “O governo do amor venceu. Não tem dinheiro para fazer nada pelo pobre, mas tem dinheiro para pagar propina”, alega o homem. O post também traz o trecho de uma reportagem sobre a operação exibida no Jornal Hoje, da TV Globo.
Onde foi publicado: Kwai e Instagram.
Conclusão do Comprova: A ação da PF que apreendeu R$ 3,2 milhões armazenados em sacos de lixo, que seriam destinados ao pagamento de propina, não tem relação com o governo Lula (PT), como sugere vídeo que viralizou no Kwai.
A apreensão ocorreu no âmbito de uma investigação que apurava um suposto esquema de corrupção envolvendo a Universidade Estadual de Roraima e a contratação de uma empresa de engenharia. A própria reportagem usada no vídeo traz esse contexto. As notícias que repercutiram a ação, e uma nota publicada pela Polícia Federal, não fazem qualquer menção ao governo federal.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até 24 de outubro, o vídeo publicado no Kwai teve 21,2 mil visualizações, 3,1 mil curtidas e 257 comentários. No Instagram, foram 12,2 mil visualizações e mais de 400 compartilhamentos.
Como verificamos: Em uma busca pelas palavras-chave “apreensão”, “propina” e “R$ 3,2 milhões”, chegamos a notícias publicadas por diversos veículos (G1, Folha, UOL) sobre a operação da PF envolvendo a Universidade Estadual de Roraima. Ao identificar a data das publicações, pesquisamos pela edição exibida no mesmo dia pelo Jornal Hoje, da TV Globo, para chegar ao trecho da reportagem usada no vídeo (começa a partir de 49:19).
Crédito da foto: Arte/Estadão